Lava Jato liberou senha de auto sigiloso contra Fábio Luis Lula da Silva, diz defesa

Atualizado em 10 de fevereiro de 2020 às 19:30
Lulinha

Publicado originalmente pelo GGN:

A Operação Lava Jato liberou uma senha para jornalistas terem acesso a informações sigilosas de investigação contra o filho do ex-presidente Lula, Fabio Luis Lula da Silva. É o que a defesa de Fábio acusa em pedido de apuração na Justiça sobre abuso de autoridade dos investigadores.

“Revelou-se, assim, que as informações acobertadas pelo ‘Sigilo Nível 1’ do sistema e-proc —que somente deveriam ser acessíveis a ‘usuários internos e partes do processo’ — estão sendo livremente visualizadas (e posteriormente divulgadas!)”, expôs o advogado.

De acordo com a defesa, a Operação Lava Jato liberou a senha do sistema online da Justiça de acompanhamento processual para que jornalistas de alguns veículos de comunicação pudessem ter acesso aos documentos e autos do processo que estava em segredo de Justiça.

“Jornalistas têm acesso amplo e irrestrito aos presentes autos por meio de uma senha fornecida pela assessoria de imprensa da Justiça Federal”, aponta a defesa de Lulinha.

Na semana passada, jornais como Estadão e Globo divulgaram notícias com documentos, entre eles e-mails e outros arquivos coletados em apreensão que relacionavam o filho do ex-presidente à cobranças da Oi, que segundo os investigadores indicaria influência na subcontratação de empresas como a Gamecorp.

O advogado de Fábio constatou que “após o acesso do jornalista [não revelado pela reportagem do Uol, que teve acesso a esse documento] ter sido interrompido por dois dias ante o requerimento formulado pelo peticionário, ‘uma nova senha foi fornecida’. Tudo a escancarar a ocorrência do crime de violação de sigilo funcional”.

Diante disso, o advogado entrou com um pedido na Justiça para investigar abuso de autoridade, uma vez que “existem indícios de que documentos sigilosos dos presentes autos – que poderiam ser visualizados apenas por usuários internos e partes do processo – estão sendo divulgados sem autorização a jornalistas e veiculados em canais de notícias.”