
À medida em que se aproxima o dia 24, a Lava Jato vai desencavando novas “denúncias” sobre Lula. Agora é o filme “O Filho do Brasil”, produzido por Luiz Carlos Barreto, o “Barretão”.
A PF investiga o financiamento. De acordo com o Estadão, Antonio Palocci e Marcelo Odebrecht foram chamados para prestar depoimento sobre a cinebiografia, que estreou em janeiro de 2010 e custou cerca de R$ 12 milhões.
Em dezembro, Palocci foi interrogado pelo delegado Filipe Hille Pace, relata o Estadão (Pace é aquele que afirmou na lata que Lula é o “Amigo” que aparece nas planilhas da empreiteira).
O ex-ministro declarou que “deseja colaborar na elucidação de tais fatos”, mas que naquele momento ficaria em silêncio. Valorizou o passe.
A Polícia Federal apresentou a Marcelo Odebrecht e-mails extraídos do seu computador no período de 7 de julho e 12 de novembro de 2008.
Num deles, ele se dirige aos executivos Alexandrino Alencar e Pedro Novis, também delatores.
“O italiano me perguntou sobre como anda nosso apoio ao filme de Lula, comentei nossa opinião (com a qual concorda) e disse que AA tinha acertado a mesma com o seminarista, mas adiantei que se tivermos nos comprometido com algo, seria sem aparecer o nosso nome. Parece que ele vai coordenar/apoiar a captação de recursos”, escreveu.
Não fica claro o que isso tudo significa — mas a ideia é essa, mesmo. Entra na conta do grande acordo satânico. Depois enfia num powerpoint e um abraço.
A participação da Odebrecht é sabida desde 2009.
A revista Época deu matéria sobre o longa, falando que “pelo menos dez empresas se comprometeram com a superprodução. É uma seleção de peso do Produto Interno Bruto. (…) São elas: AmBev, Camargo Corrêa, Embraer, GDF Suez, Nestlé, OAS, Odebrecht, Oi e Volkswagen. O empresário Eike Batista, do Grupo EBX, também faz parte da lista”.
O email de Marcelo Odebrecht deve servir, ao menos, para saber se o “italiano” é, de fato, Palocci. Basta descobrir quem estava ajudando na captação e foi responsável por pedir o patrocínio.
Segundo Barreto, a Globo Filmes é co produtora. Vai ser investigada também?
É difícil imaginar Palocci interessado em cinema. A não ser que o acordo de delação seja dos bons. Aí ele topa falar que o Kadafi fez uma ponta numa cena.