
A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagram nesta quarta-feira (28) a Operação Cosa Nostra Fraterna, visando combater a lavagem de dinheiro ligada à milícia liderada por Luiz Antonio da Silva Braga, conhecido como Zinho.
Zinho se entregou à Polícia Federal (PF) no ano passado, porém, sua organização paramilitar permanece ativa, segundo as autoridades.
A rede de empresas sob investigação teria movimentado cerca de R$ 135 milhões nos últimos 7 anos, entre 2017 e 2023, de acordo com a Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ).
Os mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em 21 endereços, em diversos bairros do Rio de Janeiro, além do Município de Seropédica, com apoio do Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (Cifra).

Esta é a primeira grande operação realizada no Rio de Janeiro com apoio do Cifra, uma força-tarefa que combate crimes financeiros e lavagem de dinheiro, visando enfraquecer o tráfico de drogas e as milícias na região.
Quem é Zinho?
Zinho assumiu a liderança da milícia de Campo Grande, Santa Cruz e Paciência, na Zona Oeste do Rio, em 2021, após a morte do antigo líder, seu irmão, Ecko.
Antes de liderar a milícia, Zinho estava ligado à lavagem de dinheiro do grupo, principalmente na Baixada Fluminense, e cuidava da contabilidade.
Ele também era sócio da empresa Macla Comércio e Extração de Saibro, que faturou R$ 42 milhões entre 2012 e 2017, segundo a polícia, usando outras empresas do grupo para movimentar o dinheiro.
Em 2018, a Polícia Civil tentou prender Zinho em um sítio no Espírito Santo, mas ele fugiu pela mata, deixando para trás seu celular. No ano seguinte, a polícia confiscou a mansão de Zinho na Barra da Tijuca, estimada em R$ 1,7 milhão, e outras três propriedades foram apreendidas, duas delas registradas em nome de “laranjas”.
Zinho esteve próximo de ser capturado diversas vezes, principalmente em operações da Polícia Civil, mas sempre conseguiu escapar. Em uma dessas tentativas, os policiais acabaram tirando a vida de seu sobrinho, conhecido como Faustão. Em resposta, 35 ônibus foram incendiados na Zona Oeste do Rio.
Vale destacar que o miliciano já teve passagens pelo sistema prisional anteriormente. Em 2015, foi detido pela Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais) do Rio de Janeiro, acompanhado por dois seguranças, um deles policial militar, mas acabou sendo liberado no mesmo ano no Plantão Judiciário.
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