Lei Magnitsky: Bancos brasileiros perdem R$ 41 bilhões em valor após decisão de Dino

Atualizado em 20 de agosto de 2025 às 7:03
Placar eletrônico exibe ações durante pregão movimentado – Foto: Reprodução

Na terça-feira (19), as ações de Itaú, Santander, Bradesco, Banco do Brasil e BTG Pactual fecharam em forte queda, após a decisão do ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), que visa barrar sanções da Lei Magnitsky. Segundo Einar Rivero, os cinco bancos perderam R$ 41,98 bilhões em valor de mercado. Com informações do Estadão.

O Índice Financeiro (IFNC) registrou recuo de 3,82%, a maior queda desde janeiro de 2023. Bradesco caiu até 3,43%, Banco do Brasil recuou 6,03% e Itaú, 3,04%. As units de Santander cederam 4,88% e as do BTG Pactual, 3,48%. O dólar subiu 1,22%, cotado a R$ 5,50.

Flávio Dino determinou que decisões estrangeiras só podem ser executadas no Brasil mediante homologação ou por mecanismos de cooperação internacional. O despacho integra o processo ligado aos rompimentos de Mariana e Brumadinho, mas abre brechas para recurso contra a Lei Magnitsky.

ministro Flávio Dino falando em microfone e gesticulando, de óculos
O ministro Flávio Dino – Foto: Reprodução

O Departamento de Estado dos EUA reagiu dizendo: “Nenhum tribunal estrangeiro pode invalidar as sanções dos EUA – ou poupar alguém das consequências graves de violá-las”.

“Pode começar a preocupar o potencial impasse ligado à aplicação da Lei Magnitsky pelo setor financeiro, após decisão de ontem do ministro Flávio Dino visando barrar as sanções adotadas pelo governo norte-americano”, afirma Silvio Campos Neto.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, avalia que o conflito entre o Judiciário brasileiro e os EUA é negativo para o mercado.

“Economicamente, esse jogo de retórica é extremamente prejudicial, à medida que traz implicitamente uma elevação do risco-país, mitigando investimentos instantaneamente e com efeito prolongado”, destaca.