Lei que serviu de base para a Abril pedir recuperação judicial foi sancionada por Lula

Atualizado em 15 de agosto de 2018 às 22:01
Gianca e “Titi” Civita, afastados da Abril

O grupo Abril decidiu entrar com pedido de recuperação judicial nesta quarta-feira, dia 15.

“Deve ser analisado por um juiz nas próximas semanas e, uma vez aprovado, o plano de recuperação judicial será apresentado num prazo de 60 dias aos credores”, diz a empresa em nota.

É mais um prego no caixão. Oitocentas pessoas foram demitidas, revistas fecharam. Esse ciclo vicioso, que se repete há anos, acelerou. Vai piorar até ir para o buraco de vez. 

Isso é chamado eufemisticamente de “reformulação”.

Oficialmente, o objetivo é “garantir sua saúde operacional em um ambiente de profundas transformações tecnológicas”, em “circunstâncias impostas por uma economia e um mercado substancialmente menores do que os que trouxeram a Abril até aqui”.

Em julho, Giancarlo Civita, primogênito de Roberto, deixou a presidência e foi substituído por Marcos Haaland, da consultoria Alvarez & Marsal.

O irmão Victor Civita Neto deixou o posto de “presidente” do conselho editorial, um cargo honorífico de um troço que nunca serviu para nada.

O anúncio da RJ ocorre no mesmo dia em que a nêmesis da Veja, Lula, tem a candidatura registrada no TSE.

Mas essa não é a única coincidência.

O pedido foi protocolado “na vara de recuperação judicial e falências de São Paulo, conforme definido nos artigos 47 e 48 da Lei 11.101/2005”, lê-se no comunicado.

Essa lei foi sancionada por Lula.

Segundo o Estadão, tratou-se de “uma das mais importantes medidas do governo para reduzir as taxas de juros cobradas das empresas”.

Graças a essa medida, companhias “em dificuldades podem negociar todas as suas dívidas para manterem-se em funcionamento”.

A norma alterou “uma legislação em vigor desde 1945, que dificultava a superação das crises (…) com o expediente da concordata ou da falência”.

Isso não vai tirar a Abril da draga, mas não deixa de ser uma ironia a mais na saga de uma editora que se encaminhou naturalmente para o esgoto à base de uma monomania assassina com Lula.

Roberto Civita (1936-2013), Lula e um popular