Leite condensado, picanha e sol: os hábitos nada saudáveis de Bolsonaro

Atualizado em 17 de setembro de 2025 às 14:58
Jair Bolsonaro segura picanha ao lado de “Tchê”, conhecido como churrasqueiro dos artistas, em 2021. Foto: Reprodução

Diagnosticado com câncer de pele após exames realizados no Hospital DF Star, em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro sempre apresentou hábitos pouco saudáveis durante sua gestão na Presidência. Apesar de se gabar de ter um “histórico de atleta” durante a pandemia de Covid-19, ele tem precisado frequentemente de cuidados médicos por problemas de saúde.

Os gastos registrados no cartão corporativo da Presidência durante seu governo revelaram uma rotina marcada por alimentos calóricos e inflamatórios, como picanha, filé mignon, camarão, bacalhau, Nutella e leite condensado.

O consumo frequente de açúcar e carnes gordurosas está associado a processos inflamatórios que, aliados a outros fatores, podem prejudicar a resposta do organismo a doenças.

Outro ponto que chama atenção é a relação com a exposição solar: Bolsonaro sempre apareceu em público bronzeado. Durante a campanha eleitoral de 2022, ano em que foi derrotado para o presidente Lula, a pele do então mandatário chamou atenção de eleitores.

Na ocasião, existiam especulações de que ele poderia sofrer um câncer de pele, mas a possibilidade foi descartada. O próprio ex-presidente disse que fez exames para monitorar a possível doença em 2019, mas que uma biópsia revelou que ele não sofria do problema.

Manchas na pele de Jair Bolsonaro, então presidente, viraram assunto durante as eleições de 2022. Foto: Reprodução

Bolsonaro era visto frequentemente com manchas na pele, principalmente no rosto, mas Antônio Luiz Macedo, médico que o acompanhava na ocasião, disse que o problema não era grave. “Caso ele passe a cuidar melhor da pele, utilizando regularmente o protetor solar e hidratantes, as manchas vão sumir”, afirmou em 2022.

A exposição excessiva e sem proteção é considerada pela medicina o principal fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pele, incluindo o tipo identificado em suas lesões. A falta de protetor solar, cuidado básico para evitar a doença, pesa ainda mais diante do diagnóstico recente.

Além da alimentação pouco saudável, Bolsonaro também fazia uso contínuo de remédios para problemas de pele e gastrite durante sua gestão no Palácio do Planalto. Notas fiscais referentes a gastos no cartão corporativo mostram que medicamentos do tipo eram adquiridos desde 2019.

O médico Claudio Birolini, que acompanha o caso, confirmou nesta quarta (17) que duas das oito lesões retiradas de Bolsonaro apresentaram carcinoma de células escamosas.  Embora o tipo diagnosticado seja considerado precoce, exige acompanhamento contínuo, já que surge justamente em áreas de maior exposição solar, como tórax e braço.

O ex-presidente tem enfrentado crises de soluços, vômitos e queda de pressão, além de um quadro de anemia. O próprio filho, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), admitiu que o pai “cada dia come menos” desde que foi colocado em prisão domiciliar, no início de agosto.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.