Leite e Tarcísio fogem da foto ao lado do chefe da chacina. Por Moisés Mendes

Atualizado em 31 de outubro de 2025 às 6:57
Em encontro em São Paulo, Leite e Tarcísio destacam concessões como caminho para desenvolvimento - Portal do Estado do Rio Grande do Sul
Os governadores Eduardo Leite (PSD) e Tarcísio de Freitas (Republicanos). Foto: Reprodução

Depois de informar que iria rever a agenda para participar da reunião de governadores de extrema-direita, nesta quinta-feira, no Rio, para expressar apoio a Cláudio Castro, Eduardo Leite amarelou e não apareceu.

Esse é o sujeito que já enganou os próprios tucanos na eleição de 2022 e agora, no PSD, engana os parceiros bolsonaristas, dos quais se aproxima como oportunista intermitente.

Participaram da reunião com Castro os governadores Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina; Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás; Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul; e Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo.

Tarcísio participou de forma encabulada. Não teve coragem de ir ao Rio e interveio na reunião virtualmente, por meio remoto.

No Rio, Cláudio Castro (PL) anuncia criação do “Consórcio da Paz” em conjunto com governadores de extrema-direita. Foto: Valentina Rocha/VEJA

Não se sabe por que Leite não apareceu. Na quarta-feira, a Folha havia informado que o gaúcho havia divulgado um vídeo de apoio a Castro, oferecendo inclusive forças policiais.

Leite conversou na mesma quarta, por telefone, com o governador do Rio “para dar todo o apoio necessário, com as nossas forças de segurança a postos”.

A Folha acrescentou: “Leite afirmou ainda que está buscando reorganizar sua agenda para participar da reunião de governadores do Sul e Sudeste no Rio”.

O ex-tucano não deve ter conseguido reorganizar a agenda. O que temos, então, é que Tarcísio e Leite fugiram da foto ao lado do sujeito que mandou cercar e matar mais de cem pessoas.

O nome do ajuntamento de governadores, criado para definir em conjunto questões da área de segurança, é Consórcio da Paz.

Só falta chamarem a venezuelana María Corina Machado para ser a madrinha de um grupo que defende chacinas e tem a palavra “paz” no nome. E convocar Benjamin Netanyahu para ser o patrono.

(Um detalhe dessa reunião: há imagens da mesa com os governadores em torno de Castro, mas não achei nenhuma foto com a pose clássica dos participantes do encontro, em pé, para mostrar que formam um grupo, como é costume em todo encontro de líderes políticos. Será que acharam de bom tom não fazer a foto? Será que Tarcísio e Leite estão certos ao ficarem nos cantinhos?)

Moisés Mendes
Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim) - https://www.blogdomoisesmendes.com.br/