
Leonardo Rodrigues de Jesus, sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro conhecido como Léo Índio, confessou que fugiu para a Argentina após se tornar réu pelo ataque golpista de 8 de janeiro de 2023 em Brasília. Em entrevista à rádio Massa FM, de Cascavel (PR), ele disse que está no país vizinho há cerca de 22 dias.
“Como funciona o processo das pessoas que vem para a Argentina? Nós somos direcionados ao Conare [Comissão Nacional para os Refugiados], um órgão similar que existe nos municípios, que recebe pessoas de fora, as pessoas apresentam seu RG e escrevem uma carta justificando o motivo de estarem aqui. No meu caso: perseguição política e injustiças causadas pelo nosso Supremo Tribunal Federal [STF]”, afirmou.
Ele diz que teme ser preso ao tentar obter permissão para ficar mais tempo no país. “Qual o nosso principal medo? Nós não sabemos até onde vão os tentáculos do STF, então temos muito medo dessa listagem cair em mãos de pessoas má intencionadas, seria uma pescaria num aquário. Imagine você ter uma listagem de pessoas que estão em determinados locais na Argentina… Seríamos alvos fáceis”, prosseguiu.
O sobrinho de Bolsonaro diz que recentemente foi divulgada uma lista de pessoas que estão “sendo caçadas” no país. Alguns fugitivos foram presos no próprio Conare enquanto buscavam documentação para passar mais tempo na região, segundo Léo Índio.
“Daqui a dois meses e dez dias vou ter que ir ao Conare. Meu motivador de ficar legalmente no país é medo e receio de estar nessa lista”, prosseguiu. Ele ainda cobra que parlamentares bolsonaristas se movimentem para fazer o projeto de lei que anistia os golpistas envolvidos no ataque.
“Precisamos levar às autoridades do Brasil, aos parlamentares, que, infelizmente não existe prioridade, por mais que eu tenha escutado isso o tempo inteiro. ‘Ah, é prioridade da direita, do PL, dos partidos aliados, pautar a anistia’. Prioridade? São dois anos! Eu, graças a Deus, não passei pelo ‘momento de cadeia’, mas aqui tem pessoas que ‘passaram pelo momento de cadeia’, ficaram sete meses presos e fugiram”, acrescenta.

Léo Índio se tornou réu por decisão do STF no fim de fevereiro. Ele, que participou do ataque e tirou uma foto durante a invasão da Praça dos Três Poderes, foi acusado de golpe de estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Segundo o sobrinho de Bolsonaro, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) se baseia em uma “selfie”. “Não houve nenhuma imagem que me colocasse e me enquadrasse em nenhum desses crimes. Logo ali, na Praça dos Três Poderes, um dos locais mais monitorados do Brasil. De uma forma misteriosa, essas imagens nunca foram reveladas ou disponibilizadas pelo então ministro da Justiça”, afirmou na entrevista.
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