
A influenciadora Poliana Rocha, atual esposa do cantor sertanejo bolsonarista Leonardo, contou em um podcast — sem qualquer vergonha ou constrangimento — que certa vez “adotou” uma criança no interior da Bahia para brincar com o enteado, o também cantor Zé Felipe.
O menino, encontrado em Ilhéus, na Bahia, foi levado para a casa da família e, quando deixou de servir como um criado ou bobo da corte, foi simplesmente devolvido.
Isso diz muito sobre esse tipo de gente. O que são os pobres para eles?
Meros instrumentos, semi-escravos, adotados e descartados como se fossem um pedaço de carne podre.
História BIZARRA!
Mulher de Leonardo revela que hospedou um adolescente em casa e, depois dele cansar de brincar com o Zé Felipe, simplesmente devolveu o garoto pra família. pic.twitter.com/sIfrlmnO9o
— ִֶָ (@MeContaJa) October 1, 2025
Parece que essas pessoas acham “chique” adotar crianças pobres — se forem pretas, então, é um prato cheio para ganhar likes.
A também bolsonarista Jojo Todynho fez algo semelhante: pôs fim a um processo de adoção de dois anos da criança que dizia amar.
Gente acostumada a ter o mundo aos pés pensa que tudo, inclusive vidas humanas, existe para alimentar suas vaidades.

Imagine seu filho precisar de um amigo e, em vez de ensinar empatia ou socialização, você praticamente sequestrar uma criança? É um jeito bem distorcido de criar filhos.
Damares Alves também já confessou ter levado uma criança indígena para casa como se fosse um bibelô e até hoje não se sabe que destino deu a ela.
Essas pessoas, ricas e profundamente arrogantes, olham para o Nordeste, os interiores e as aldeias como se fossem um cardápio humano particular: crianças pobres para fotografar, usar como adereço nas redes sociais e depois “devolver” com sabe-se lá quantos traumas.
E isso revela mais do que irresponsabilidade — revela saudade da escravidão, o que não espanta em um país de herança escravocrata.
Onde está a tão falada cultura do cancelamento quando realmente precisamos dela?
O grande público parece anestesiado. Quando se trata de ricos usando crianças como bibelôs — de forma não só irresponsável, mas cruel —, não há revolta. Pelo contrário: eles contam histórias de extrema violência como se fossem anedotas divertidas, com certo orgulho.
Não pode ser considerado normal. Mas, em uma sociedade que normaliza tantas atrocidades, isso já não surpreende.
Para essa gente, crianças só importam se forem suas. As demais servem como brinquedos, objetos para satisfazer caprichos.
Pergunto ao casal: como está a criança que vocês usaram e abandonaram?
Não sabem e não se importam, porque desumanizam toda vida que não pertence à sua bolha.
O consumo em si já é uma desgraça. Mas consumir pessoas, sobretudo crianças, é o comportamento mais nojento já naturalizado.
Queridos, criança pobre não é bem de consumo. Comprem brinquedos realistas para seus filhos esnobes e deixem as crianças pobres em paz.