Letalidade policial em SP tem menor índice desde 2005; saiba o motivo

Atualizado em 27 de julho de 2022 às 18:17
Câmeras acopladas aos uniformes contribuíram para a diminuição da letalidade policial em SP
Foto: Reprodução

As Polícias Civil e Militar de São Paulo registraram o menor índice de letalidade no primeiro semestre de 2022 desde 2005. Em comparação com o mesmo período do ano passado, a diminuição é de 41,1% e se deve em grande parte ao uso das câmeras corporais acopladas aos uniformes dos agentes, implementadas pelo programa Olho Vivo.

Foram contabilizadas 202 vítimas entre janeiro e junho deste ano. O número de mortes em operações ou envolvendo agentes em serviço é de 133, o menor número desde 2001, ano em que a série histórica começou.

O programa Olho Vivo foi instaurado no começo do ano passado pelo então governador João Doria (PSDB). A iniciativa já funciona em 58 batalhões do Estado através de 8,1 mil equipamentos. A expectativa é que até o fim do próximo mês este total chegue a mais de 10 mil.

“As câmeras têm uma responsabilidade por trás desse número, por ser um programa importante, especificamente para os batalhões que reduziram a letalidade mais do que outros. Mas é importante a gente destacar que essa queda é anterior à implantação dos equipamentos e começa uns meses antes”, disse Samira Bueno, diretora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ao Estadão.

O porta-voz da Polícia Militar, o major Rodrigo Fernandes Cabral, afirmou que essas mudanças começaram a ser adotadas já em maio de 2020 e vão além da implementação das câmeras corporais que, segundo ele, ajudam também a diminuir a desobediência civil.

“Essa redução (das mortes) vem de um forte trabalho de gestão do comando da instituição, que começou com o coronel (Fernando) Alencar (de Medeiros) e teve como primeira missão a Comissão de Mitigação de Não Conformidades”, destacou.

“Nós optamos em treinar bem os policiais e fazer com que eles obedeçam as orientações e protocolos. Às vezes, a morte ou lesão é gerada pela falta de técnica”, disse o major, apontando que “muitas vezes o policial é absolvido no tribunal de júri, mas é demitido da PM”.

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