“Leva um couro e muda o comportamento”, disse Bolsonaro sobre ter filho gay

Atualizado em 15 de setembro de 2023 às 8:26
Jair Renan e Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

Diego Pupe, ex-assessor de Jair Renan Bolsonaro, afirmou nesta quinta-feira (14) que teve um relacionamento “amoroso e romântico” com o filho “04” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele fez a declaração após prestar esclarecimentos à Polícia Civil do Distrito Federal, numa investigação contra Renan por crimes contra a fé pública e associação criminosa.

“Eu tive um relacionamento com o Renan, do qual não falei para ninguém ainda. Eu estava esperando todo esse auê da polícia, mas logo logo eu vou falar sobre isso, tá bom? Eu tinha um relacionamento íntimo com ele, romântico”, disse Pupe em áudio divulgado pelo Metrópoles.

Em 2010, o então deputado federal Jair Bolsonaro disse que pais precisam agredir um filho homossexual para mudar seu comportamento. A declaração foi dada no programa “Participação Popular”, na TV Câmara, que discutiu a “Lei da Palmada” ou “Lei Menino Bernardo”, que proíbe castigos físicos às crianças.

“Se o filho começa a ficar assim, meio gayzinho, [ele] leva um couro e muda o comportamento dele”, disse. Na época, Bolsonaro também foi ouvido pela Folha de S.Paulo. “Se o garoto anda com maconheiro, ele vai acabar cheirando, e se anda com gay, vai virar boiola com toda certeza”, afirmou.

Bolsonaro fez parte da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, que debateu a declaração do ex-presidente. Na ocasião, ele disse ser contra uma cartilha contra a homofobia que seria distribuída nas escolas pelo Ministério da Educação. No entanto, negou ser homofóbico.

O pai de Renan nunca escondeu suas opiniões sobre homossexualidade. “Ninguém gosta de homossexual, a gente suporta”, chegou a afirmar, além de ter dito, famosamente, que preferia ter um filho ladrão a um filho homossexual.

Diante da insistência do tema “filho gay”, Bolsonaro também afirmou que “isso nem passa pela minha cabeça, porque eles tiveram uma boa educação. Sou um pai presente, então não corro esse risco”.

Em 1997, em entrevista à “Câmera Aberta”, da TV Bandeirantes, Bolsonaro questionou: “Você contrataria um motorista gay para levar seu filho à escola? Tá na cara que não, cada coisa no seu lugar”.

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