LGBTfobia, racismo e xenofobia: ódio nas redes cresceu 67% em 2022, diz pesquisa

Atualizado em 20 de março de 2023 às 12:04
Redes Sociais. (Foto: Reprodução)

Crimes de discriminação e ódio no ambiente virtual tiveram alta de 67% em 2022 em comparação ao ano anterior. Os dados foram revelados após recente levantamento realizado pela SaferNet, entidade responsável pelo monitoramento de crimes cibernéticos, e divulgados pelo Estadão.

Segundo dados da plataforma, discursos contendo misoginia, LGBTfobia e racismo tiveram crescimento expressivo em todos os três últimos anos. Na média, as denúncias por intolerância na internet, incluindo, além dos crimes já citados, intolerância religiosa e neonazismo, cresceram 195% em 2018, em relação ao ano anterior, e 104% em 2020, fechando com a alta de 67% no ano passado. Crimes de xenofobia se destacaram, exibindo um aumento em 2022 de 874% em comparação com 2021.

Thiago Tavares, presidente do braço brasileiro da SaferNet. (Foto: Reprodução)

Segundo Thiago Tavares, presidente do braço brasileiro da SaferNet, tal crescimento é um reflexo da acentuada polarização política, que fica mais evidente nos anos em que a população vai às urnas. A campanha do ano passado, além de discutir temas e propostas políticas, girou em torno de temas como religião, regionalismos e assuntos ligados a gênero e sexualidade, principais tópicos que hoje dividem a sociedade brasileira.

“Esta é uma tendência que tem se mostrado consistente, o que prova que a internet é reflexo da sociedade. (A alta) é um reflexo da polarização. A internet é uma caixa de ressonância”, disse.

As publicações são compartilhadas em diversas redes sociais como Whatsapp, Telegram, Facebook e Instagram. Os grupos extremistas misturam opinião política com xenofobia e símbolos nazistas. Muitas postagens são “disfarçadas” e propagadas em forma de “memes”, mas sabe-se que a intenção final é a mesma: a disseminação dos discursos de ódio.

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