
A licença de 122 dias concedida ao deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chega ao fim no próximo domingo, mas tudo indica que o parlamentar seguirá nos Estados Unidos. Desde o início do afastamento, Eduardo afirmou que só retornaria ao Brasil após uma “sanção” ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em sua declaração, Eduardo Bolsonaro deixou claro que seu exílio político voluntário estava vinculado à retaliação contra Moraes, a quem acusa de perseguição. Apesar das tensões diplomáticas envolvendo o ministro e o ex-presidente Jair Bolsonaro, nenhuma sanção efetiva foi aplicada pelo governo dos Estados Unidos até o momento.
Mesmo com recentes medidas hostis, como a sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros e declarações públicas de Donald Trump em defesa de Bolsonaro, o governo americano ainda não anunciou qualquer tipo de restrição ao ministro do STF. O gesto esperado por Eduardo segue ausente, o que põe em dúvida sua disposição de retornar.

Nos bastidores, a permanência de Eduardo Bolsonaro nos EUA é lida como parte de uma estratégia coordenada com o bolsonarismo internacional, incluindo articulações com a extrema direita americana. O deputado também estaria atuando para influenciar decisões do Congresso norte-americano em relação ao Brasil.
Ao mesmo tempo, Jair Bolsonaro articula a candidatura de Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) ao Senado pelo Rio de Janeiro, como forma de manter influência política direta no Legislativo em meio à sua inelegibilidade. A movimentação faz parte do esforço do ex-presidente para manter o controle do PL e garantir palanques regionais em 2026.
Enquanto isso, Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, intensifica sua aproximação com Donald Trump. Ele tem dobrado a aposta na aliança com o ex-presidente americano, em contraste com sua postura mais moderada no trato com o STF, o que tem causado desconforto entre os aliados mais fiéis de Bolsonaro.