Coronavírus: Malafaia deveria olhar para o chefe de igreja na Coreia do Sul que pediu perdão. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 4 de abril de 2020 às 10:59
Lee Man-hee, da Igreja Shincheonji de Jesus, da Coreia do Sul

O dono da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia, está numa cruzada contra a Ciência e o bom senso.

Em diversos vídeos, Malafaia tem desafiado a Justiça e os governadores, bravateando que não fechará suas igrejas por causa do coronavírus.

Afirma que não vai diminuir o número de cultos, contrariando recomendações de autoridades de saúde para que não haja aglomerações.

Sem saber o que fala e sem poder para tanto, Malafaia propõe como alternativa que “forças-tarefa” sejam deslocadas para estações de trem, metrô e terminais de ônibus para “fazer uma limpeza”.

Ecoa Edir Macedo, da Universal, que viralizou com um vídeo atribuindo a pandemia a uma “estratégia de Satanás” e que suas ovelhas não deveriam se preocupar porque a “Palavra” as salvaria.

“O médico não escolhe se vai atender ou não. A mesma coisa é o pastor”, falou Malafaia num culto.

Até que ponto as instituições vão tolerar isso? Qual o limite? Quando começarem a morrer em exorcismos?

Na Coreia do Sul, o chefe de uma seita que esteve no centro do surto pediu desculpas a seus compatriotas pela disseminação da doença.

Lee Man-hee, da Igreja Shincheonji de Jesus, ajoelhou-se e fez uma reverência em uma entrevista coletiva.

Cerca de 60% dos mais de 4 mil casos confirmados no país são de membros. São 28 mortes.

O Ministério Público coreano investigou Lee Lee Man-hee por negligência grave. “Embora não tenha sido intencional, muitas pessoas foram infectadas”, admitiu o sujeito. 

Se algo ocorrer aqui com os incautos que se reúnem para bancar malafaias e felicianos e ouvir mentiras, já sabemos quem eles vão culpar: o PT.