Líder do PT critica “falsa polêmica” sobre diálogos de Bolsonaro e Lula

Atualizado em 23 de agosto de 2025 às 13:40
O deputado federal Lindbergh Farias (RJ), líder do PT na Câmara. Foto: Zeca Ribeiro/Agência Câmara

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, comentou neste sábado (23)as comparações feitas por setores da extrema-direita entre os áudios envolvendo o ex-presidente Lula e a então presidente Dilma Rousseff, divulgados em 2016, e os diálogos de Jair Bolsonaro, seus filhos e aliados investigados por tentativa de golpe. Segundo o deputado, trata-se de situações completamente diferentes, e a narrativa de “dois pesos e duas medidas” não se sustenta.

Em postagem nas redes sociais, Lindbergh afirmou que no caso que envolve Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia não houve qualquer tipo de vazamento, mas sim a retirada de sigilo determinada pelo Supremo Tribunal Federal. “No caso Jair, Eduardo e Malafaia não houve ‘vazamento’: o que ocorreu foi a retirada de sigilo por ordem do STF, em processo regular e com autorização judicial. Trata-se de um ato legítimo, previsto em lei e de interesse público”, disse.

Já em relação ao episódio de 2016, quando o então juiz Sérgio Moro autorizou a divulgação de uma conversa telefônica entre Lula e Dilma, Lindbergh destacou que se tratou de um vazamento ilegal. “Ali estávamos diante de um diálogo privado, exposto de forma clandestina e em flagrante violação das garantias constitucionais”, afirmou, lembrando que a interceptação já havia sido encerrada e não tinha aval judicial para ser exposta ao público.

O parlamentar também frisou que, enquanto as falas de Bolsonaro e seus aliados estão diretamente relacionadas à investigação sobre a tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro, os áudios de Lula e Dilma não tinham relação direta com o processo em curso à época. Para ele, o objetivo foi apenas desgastar politicamente o PT e criar instabilidade institucional no país.

Lindbergh ressaltou ainda que a decisão do STF em tornar públicos os diálogos de Bolsonaro e aliados atende ao interesse coletivo, já que trata de uma investigação que apura crimes contra a democracia. “É preciso desfazer uma falsa polêmica da extrema-direita que contaminou parte do noticiário”, concluiu.

O debate sobre a legalidade e a legitimidade de cada caso volta à tona em meio ao avanço das investigações contra Bolsonaro e sua rede de apoiadores. O deputado reiterou que é fundamental diferenciar o que foi um vazamento ilegal, usado como arma política em 2016, do que é uma decisão judicial transparente e amparada pela lei em 2025.

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