Líder do PT diz que plano de fuga de Bolsonaro impede prisão domiciliar

Atualizado em 22 de novembro de 2025 às 20:32
O deputado federal Lindbergh Farias. Foto: Divulgação

O deputado federal Lindbergh Farias comentou neste sábado (22) a ação de Jair Bolsonaro de queimar a tornozeleira eletrônica que o monitorava. O episódio levou o ministro Alexandre de Moraes a determinar sua prisão preventiva.

O parlamentar criticou o comportamento do ex-presidente e disse que o vídeo encerra qualquer tese de que o dano ao equipamento teria sido acidental. Em sua publicação, Lindbergh classificou o episódio como uma confissão explícita de tentativa de burlar o monitoramento judicial.

“INACREDITÁVEL! Jair Bolsonaro confessou que usou ferro de solda para tentar romper a tornozeleira eletrônica numa ação consciente e voluntária para sabotar o monitoramento judicial, típica de quem busca abrir rota de fuga”, escreveu o deputado.

Ele também citou declarações recentes de aliados de Bolsonaro. “E pensar que Bia Kicis, em frente à PF, garantiu que ele ‘jamais fugiria’ porque ‘não é covarde’. Pois aí está o ‘corajoso’: derretendo a carcaça da tornozeleira no meio da madrugada como fugitivo amador. Foi uma Operação Tabajara”, afirmou.

Lindbergh destacou que o próprio relatório policial aponta violação do equipamento e disse que a confissão complica ainda mais a defesa. “A violação material do equipamento, já confirmada pela PF, confessada por ele e prestes a ser detalhada por laudo pericial, enterra de vez a tese da defesa”, escreveu.

Reprodução da postagem do líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias

O deputado também acusou o inelegível de descumprir medidas cautelares desde o início das investigações. No texto, o parlamentar afirmou que o ex-presidente já havia ensaiado tentativas de fuga para representações diplomáticas.

“Bolsonaro não respeita instituições, não cumpre cautelar alguma, já ensaiou fugas para a embaixada da Hungria, da Argentina e dos EUA, e agora o plano era romper o dispositivo e criar tumulto com vigília na porta do condomínio para escapar da prisão domiciliar”, afirmou.

Para Lindbergh, o episódio inviabiliza qualquer possibilidade de o ex-presidente retornar à prisão domiciliar. “Diante da quebra deliberada do monitoramento eletrônico e da estratégia para provocar caos e favorecer a evasão, não existe mais qualquer condição para prisão domiciliar”, disse.

Segundo ele, a única medida proporcional seria a permanência na carceragem da Polícia Federal. O deputado concluiu afirmando que o ex-presidente deverá seguir preso até o processo avançar.

“A única medida compatível com a gravidade dos fatos é a prisão preventiva na PF, onde permanecerá até o trânsito em julgado que o levará ao início do cumprimento definitivo da pena na Papuda. Justiça feita!”, escreveu o líder do PT na Câmara.

A decisão de Moraes, tomada neste sábado, atendeu a um pedido da Polícia Federal. No mandado, o ministro determinou que a prisão fosse cumprida no início da manhã e registrou que a execução deveria respeitar a dignidade do ex-presidente, “sem a utilização de algemas e sem qualquer exposição midiática”.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.