
Em entrevista ao Estadão, Ana Priscila Azevedo, identificada pela Polícia Federal (PF) como uma das pessoas envolvidas na coordenação dos atos terroristas promovidos por bolsonaristas nas sedes dos Três Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro, disse que ainda vê Jair Bolsonaro (PL) como chefe de Estado. Ela também afirmou que não se arrepende de ter apoiado o ex-capitão.
Leia alguns trechos:
Durante o depoimento a senhora negou ser bolsonarista. Disse que era patriota e conservadora, mas negou a se dizer bolsonarista. A senhora já foi bolsonarista algum dia?
Fui.
E por que a senhora não é mais? O que te fez mudar de opinião?
Assim, no começo, de 2016 até 2017, eu fui uma das primeiras bolsonaristas. Mas depois, com o passar do tempo, estudando, eu não gosto do termo bolsonarismo, porque remete a um messianismo político. Então, hoje eu confio na pessoa do ex-presidente Bolsonaro, vejo ele, reconheço ele como um chefe de Estado. Eu só não gosto do termo bolsonarismo porque remete a um messianismo político que vai de encontro aos meus princípios.
Hoje a senhora vê falhas do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre o 8 de janeiro? A senhora falou no depoimento que não teve um soldado para dizer para vocês recuarem. O Bolsonaro poderia ter dito isso. A senhora vê, então, alguma falha nisso?
Não, não vejo falha.
A senhora se arrepende de ter apoiado ele?
Não, não me arrependo.
O plenário do STF tem julgado os primeiros presos do 8 de janeiro e as condenações ultrapassam os 10 anos. A senhora teme que essa medida seja adotada contra a senhora também? Tem medo?
Com certeza. Todos nós temos. É uma prisão injusta. Pelo que temos acompanhado são condenações que não condizem porque não houve golpe de Estado, não houve abolição do Estado democrático de direito, então para mim não condiz. (…)