Líderes políticos de Chicago reagem a plano de Trump de enviar tropas à cidade

Atualizado em 24 de agosto de 2025 às 22:56
O governador JB Pritzker (Partido Democrata) de llinois. Imagem: reprodução

Líderes políticos de Chicago e autoridades do estado americano de Illinois reagiram com indignação a um possível plano do Pentágono, revelado pelo Washington Post, que prevê o envio de tropas para a cidade. A proposta faria parte de uma estratégia do governo Trump para combater crime, imigração e falta de moradia, mas tem sido classificada como ilegal e desnecessária pelos críticos.

O governador JB Pritzker (Partido Democrata) afirmou que Illinois não enfrenta nenhuma emergência que justifique a presença da Guarda Nacional, acusando Trump de “fabricar uma crise”. O presidente vem retratando Chicago como uma cidade dominada pelo crime há anos e sugeriu recentemente que a metrópole poderia ser o próximo alvo de uma operação federal.

Segundo o Washington Post, a possibilidade de envio da Guarda Nacional já está em análise, com execução possível a partir de setembro. O uso de tropas ativas também foi cogitado, mas é visto como menos provável. Caso se concretize, Chicago seria a terceira cidade a receber essa medida, após ações semelhantes em Los Angeles e Washington, D.C.

O prefeito Brandon Johnson destacou que a violência em Chicago está em queda: homicídios recuaram mais de 30% e tiroteios quase 40% no último ano. Em evento público, Johnson criticou a narrativa do governo federal: “O que está sendo pintado é falso. Chicago é uma cidade solidária”. Johnson e Pritzker afirmaram não ter sido contatados pela administração Trump sobre qualquer operação.

O prefeito de Chicago, Brandon Johnson. Imagem: reprodução

A senadora Tammy Duckworth (D-Illinois), veterana de guerra, classificou os planos como “perturbadores” e “antiamericanos”. A vice-governadora Juliana Stratton reforçou que “não há justificativa” para a presença militar e acusou Trump de tentar desviar a atenção de sua agenda “perigosa”.

Numa entrevista, Johnson fez um discurso enfático: “Não vamos entregar nossa humanidade a esse tirano. A cidade de Chicago tem uma longa história de resistência contra a tirania, enfrentando aqueles que querem minar os interesses da classe trabalhadora. Não vamos recuar. Não vamos nos acovardar. Não vamos ceder. Não vamos quebrar. Somos Chicago.”

Enquanto isso, o presidente sinalizou que pode adotar medidas semelhantes em outras cidades, como Baltimore, aumentando a tensão com governadores democratas.