
O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), reagiu com veemência nesta quarta-feira (8) e classificou o Congresso como “inimigo do povo” após a decisão da Câmara dos Deputados de derrubar a Medida Provisória 1.303, conhecida como “MP da taxação dos super-ricos”.
O texto previa aumento de tributos sobre bancos, fintechs e casas de apostas online, mas foi retirado de pauta por 251 votos a 193. Para Lindbergh, a oposição sabotou o país e beneficiou setores poderosos, como o sistema financeiro e as “bets”, em prejuízo da população mais pobre.
“O que vejo aqui hoje é que está claro que essa turma não quer tributar os mais ricos. Essa medida provisória não é de aumento de impostos — ela toca apenas em 1% da população. Todos aqui sabem que os bancos passariam a pagar mais pelos juros sobre capital próprio. Por isso, derrubaram a MP”, disse o parlamentar.
Ele afirmou ainda que as fintechs, “algumas delas envolvidas com o crime organizado, conforme investigação recente da Polícia Federal”, também seriam atingidas pela proposta.
A medida provisória era considerada essencial pela equipe econômica do governo para garantir o equilíbrio fiscal e manter os programas sociais em 2026. Segundo o Ministério da Fazenda, a arrecadação prevista era de R$ 17 bilhões, valor que ajudaria a sustentar iniciativas como o Pé-de-Meia e o Bolsa Família, além de assegurar investimentos públicos.
Lindbergh chamou de “molecagem” a decisão de retirar a MP da pauta e acusou o Centrão e a direita de agir com “pura politicagem eleitoral”. “O que fica claro é que esses senhores preferem cortar R$ 35 bilhões do orçamento do que taxar os mais ricos, do que mexer com bancos, fintechs, bets e o agronegócio”, declarou.
Deputado Lindbergh Farias falou tudo! Lavou a alma do povo após Centrão e direita derrubarem a TAXAÇÃO BBB, beneficiando Bets, Bancos e Bilionários e prejudicando quem mais precisa, o povo. Tudo por pura politicagem eleitoral!
CONGRESSO INIMIGO DO POVOpic.twitter.com/1mEB6HimZ9
— Lázaro Rosa 🇧🇷 (@lazarorosa25) October 8, 2025
O deputado afirmou que o discurso da oposição sobre responsabilidade fiscal é “hipocrisia”, já que “no governo Bolsonaro romperam todas as regras fiscais”. O petista também apontou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como um dos articuladores da ofensiva contra a medida.
“Tentaram defender de tudo: as bets, o agro, os bancos”, criticou. Para Lindbergh, a ação coordenada de Tarcísio e de líderes de oposição tem como objetivo desgastar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e antecipar o debate eleitoral de 2026.
O líder do PT citou ainda as falas de Lula, que considerou “muita pobreza de espírito misturar a medida provisória com a antecipação do calendário eleitoral”. Segundo Lindbergh, “os parlamentares da oposição estão morrendo de medo do Lula — medo do desempenho do governo”. Ele destacou que “a decisão deles não é contra o Lula; é contra o povo brasileiro”.
O deputado defendeu que a melhora da economia explica a ofensiva contra o governo. “Achavam que, com a crise internacional, com Trump e o tarifaço, a economia brasileira paralisaria. Mas o que está acontecendo é o contrário: graças ao presidente Lula, o Brasil vive o menor desemprego da história, de 5,6%. A economia está crescendo, a renda dos trabalhadores aumenta, e o dólar — que diziam que chegaria a R$ 7 ou R$ 8 — está em torno de R$ 5,32.”
Lindbergh concluiu citando a pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira, que mostrou uma alta de 17 pontos na aprovação de Lula em três meses. “Isso deve ter deixado a oposição ainda mais sem rumo, estimulando a sabotagem”, afirmou. O deputado disse que o governo continuará lutando por justiça tributária e criticou o que chamou de “aliança de bilionários e oportunistas” contra o povo brasileiro.