Lindbergh diz que Flávio é ‘uma piada’ e denuncia tática de chantagem

Atualizado em 7 de dezembro de 2025 às 15:58
Flávio Bolsonaro e Lindbergh Farias. Foto: Divulgação

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, fez duras críticas à declaração do senador Flávio Bolsonaro, que colocou em dúvida sua candidatura à presidência em 2026. O parlamentar afirmou neste domingo, ao sair de um culto em Brasília, que existe uma possibilidade de não levar sua candidatura “até o fim”, pois ela teria “um preço”.

Lindbergh, em seu perfil no X (antigo Twitter), chamou a fala de Flávio de “piada” e acusou a família Bolsonaro de usar chantagem como método político.

“O Flávio Bolsonaro é uma piada. Ele se lançou candidato na sexta-feira e hoje já admite que pode desistir dizendo que ‘tem um preço’ para isso. É blefe, é pastelão. A própria Folha registra: ele anuncia e recua em 48 horas, num vexame que desmoraliza qualquer pretensão de ser levado a sério”, escreveu Lindbergh, destacando o comportamento inconsistente de Flávio como uma tática de manipulação.

Lindbergh foi além ao afirmar que a expressão “eu tenho um preço”, usada por Flávio, escancara o que ele considera ser o “método” da família Bolsonaro: a chantagem. Ele ainda fez uma comparação com Eduardo Bolsonaro, irmão de Flávio, que, segundo ele, também usou esse método de pressão política ao ameaçar o país com sanções contra o STF e tarifas contra o Brasil.

“O irmão, Eduardo, já chantageou o país inteiro com ameaças de sanções ao ministro do STF e tarifas contra o Brasil”, disse Lindbergh, ampliando a crítica ao padrão de comportamento adotado pela família. Para ele, a estratégia de Flávio não se limitava a um simples blefe, mas envolvia uma tentativa de barganhar com o Centrão.

Ele argumenta que Flávio estaria condicionando sua candidatura à aprovação de uma anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro, quando houve a invasão de instituições do governo. “Agora tenta negociar anistia com o Centrão como condição para retirar a candidatura”, afirmou o líder petista.

Lindbergh também destacou que a proposta de anistia, caso fosse aceita, seria inconstitucional e violaria princípios fundamentais da Constituição, especialmente o Estado Democrático de Direito.

“A anistia é inconstitucional, viola cláusulas pétreas, dentre elas, o próprio Estado Democrático de Direito”, argumentou o deputado, expressando sua oposição à ideia de usar a anistia como moeda de troca política.

Além da crítica à postura de Flávio, o deputado do PT chamou a situação de “vexame”, enfatizando que seria uma “vergonha gigantesca” se o Parlamento atendesse ao pedido da família Bolsonaro. Ele sugeriu que a tentativa de negociar a anistia é mais um capítulo da “desmoralização permanente” da família Bolsonaro no cenário político brasileiro.

Na segunda-feira (8), Flávio Bolsonaro iniciou as articulações políticas com líderes do Centrão, incluindo Valdemar Costa Neto (PL), Ciro Nogueira (PP), Antonio Rueda (União Brasil), Marcos Pereira (Republicanos) e Rogério Marinho (PL). Esses encontros têm como objetivo angariar apoio para sua candidatura e buscar respaldo para a proposta de anistia, que segue sendo um ponto de forte disputa no Congresso Nacional.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.