Lindbergh escapou de ser assassinado ontem por um fanático de direita. Por Paulo Nogueira

Atualizado em 26 de setembro de 2016 às 9:25
A vida por um fio
A vida por um fio

Lindbergh escapou de ser assassinado ontem por um fanático de direita.

Nunca, nas hostilidades contra pessoas do PT, o agressor mostrou tamanho ódio e tanto ímpeto destruidor.

Um novo degrau foi escalado.

Tivesse o ofensor uma arma, e estaríamos enterrrando hoje Lindbergh.

Ele parecia um cão doido, com todo o respeito pelos animais. Insultava, insultava, insultava. Ficou absolutamente indiferente a algo que poderia refreá-lo: o celular com o qual Lindbergh gravou o atentado.

Parecia se orgulhar da própria selvageria. Tirou a camisa como se estivesse possuído.

Não bastasse a própria fúria, recebeu o incentivo delirante da mulher, vestida de preto e formando com ele um par perfeito.

Ela parecia bêbada, hipótese que ganha força pela circunstância de o incidente ter se dado na noite, na saída de um restaurante.

Foi assustador.

Qual a origem de tamanha raiva? Esta questão é fácil. O radical foi bombardeado estes anos todos com um noticiário segundo o qual o PT é a essência do mal.

Vive no Rio, base da Globo. É o típico brasileiro de classe média exposto ao Jornal Nacional, à Globonews, à CBN, ao Globo: às múltiplas mídias dos Marinhos.

Virou um perfeito idiota, um analfabeto político, um homem-bomba.

Um entre tantos criados pelo jornalismo de guerra da imprensa brasileira.

Ontem um enorme sinal amarelo se acendeu para a sociedade.

Por muito pouco Lindbergh escapou de ser morto pelo crime de pertencer ao PT.