
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), protocolou neste domingo (13) uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a inclusão de Jair Bolsonaro e do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como investigados no Inquérito 4995, que apura atos antidemocráticos ligados ao 8 de janeiro. A solicitação ainda requer a prisão preventiva do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), já investigado, com base em novos indícios de obstrução de Justiça e atuação contra a soberania nacional.
Na petição, Lindbergh acusa os três membros da família Bolsonaro de coordenarem ações para sabotar o Judiciário brasileiro, incluindo a articulação com a extrema direita dos Estados Unidos. Ele menciona que a tentativa de interferência externa, como a tarifa de 50% imposta por Donald Trump aos produtos brasileiros, faz parte de uma “nova fase do golpe” com roupagem econômica, mas com objetivos políticos claros.
Flávio Bolsonaro é citado por sugerir que a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro poderia levar à suspensão do tarifaço norte-americano. Lindbergh classifica essa conduta como “uma tentativa explícita de troca da soberania nacional por interesses pessoais”. Já Jair Bolsonaro é acusado de endossar publicamente a pressão estrangeira contra o Brasil e suas instituições.

O parlamentar petista também apontou Eduardo Bolsonaro como “lobista da extrema direita internacional”, afirmando que ele atua do exterior para deslegitimar o STF, fomentar sabotagem institucional e incitar violência. Trechos do discurso recente do deputado licenciado, com menções a “sangue e vingança”, foram incluídos como provas da escalada golpista.
Além da prisão de Eduardo, Lindbergh solicitou medidas cautelares contra os demais envolvidos, como suspensão de passaportes, proibição de contatos com autoridades estrangeiras e restrição de movimentações políticas. “O Brasil não é colônia. O Supremo não é refém”, afirmou, criticando a tentativa de submeter o país a chantagens externas.
O Inquérito 4995, que tramita no STF, investiga a organização e o financiamento dos atos golpistas de 8 de janeiro. Com a nova petição, o governo tenta ampliar o cerco jurídico à atuação da família Bolsonaro, agora associada não apenas ao golpismo interno, mas também à submissão a interesses estrangeiros, inclusive com apoio explícito de Trump.