
A prisão do presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, levou o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido na Câmara, a anunciar que vai protocolar um pedido para ampliar as investigações da Polícia Federal. Para o parlamentar, a crise do banco expõe possíveis irregularidades envolvendo o governo de Cláudio Castro (PL) na gestão dos recursos do Rioprevidência, fundo responsável pelas aposentadorias e pensões dos servidores estaduais.
“O presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, foi preso hoje pela Polícia Federal em razão da venda de títulos de crédito falsos. Vou protocolar petição à PF para que o objeto da investigação seja ampliado às irregularidades vinculadas aos planos de previdência, em especial as operações da Rioprevidência”, disse o deputado no X.
Lindbergh sustenta que os aportes feitos pelo Rioprevidência na instituição precisam ser apurados. Ele citou que os investimentos ultrapassaram R$ 1 bilhão mesmo após o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) alertar para o risco crescente na gestão do fundo.
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O alerta do TCE-RJ se intensificou em outubro, quando o órgão identificou que cerca de R$ 1 bilhão estava aplicado em letras financeiras do Master, apesar de sinais claros de crise no banco. A conselheira Mariana Montebello Willeman afirmou que o cenário exigia “máxima cautela”, pois o Master oferecia taxas consideradas inviáveis no mercado e apresentava indícios de fragilidade.
Mesmo assim, os investimentos continuaram sendo feitos sob o governo de Cláudio Castro. O risco se concretizou nesta terça (18), quando o Banco Central decretou regime de administração especial temporária no Master e determinou a liquidação do conglomerado.
Vorcaro foi preso pela Polícia Federal no mesmo dia, sob suspeita de participar de um esquema de emissão de títulos falsos e outras irregularidades financeiras.
Segundo dados do TCE-RJ, o Rioprevidência tinha aproximadamente R$ 960 milhões expostos a títulos do Master, o equivalente a 8% de todo o patrimônio do fundo. Técnicos classificaram essa participação como uma “concentração crítica”, já que os papéis não eram cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos. Para o tribunal, tudo indicava que o banco estava “em situação falimentar” e incapaz de honrar compromissos.
Apesar disso, novos aportes foram feitos após o primeiro alerta. O deputado estadual Luiz Paulo (PSD-RJ), autor de uma das denúncias sobre as aplicações, questionou o governo Castro por autorizar aportes em uma instituição já classificada como de “terceira linha” pelo Banco Central. Para ele, os recursos de aposentados e pensionistas correm risco real de se perder.