
Arthur Lira (PP-AL), atual presidente da Câmara dos Deputados, segundo informações de Ricardo Noblat, colunista do Metrópoles, está sendo seletivo no envio das representações por quebra de decoro parlamentar ao Conselho de Ética e está poupando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PT) em detrimento de simpatizantes de viés de esquerda.
Segundo o colunista 4 ações contra deputados do PL, acusados de participação nos atos antidemocráticos ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro, estão paradas na mesa do presidente da Câmara.
Por outro lado, Lira se mostrou mais ágil contra parlamentares de esquerda. Na última quarta-feira (31), ele remeteu ao conselho uma ação do PL protocolada na terça-feira (30), contra seis deputadas do PSOL e do PT. A ação foi assinada por Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e acusa os parlamentares de quebra de decoro por terem chamado de “assassino” deputados que votaram a favor do marco temporal, e pede a perda de seus mandatos.

Lira foi procurado pela equipe do Metrópoles para prestar esclarecimentos sobre suas recentes decisões e quais as razões de representações protocoladas agora estarem sendo enviadas ao conselho antes de outras mais antigas. No entanto, não houve retorno por parte do presidente da Câmara.
O PL quer cassar o mandato de quatro deputadas do PSOL: Sâmia Bonfim (SP), Célia Xakriabá (MG), Talíria Petrone (RJ) e Fernanda Melchionna (RS); e duas do PT: Érika Kokay (DF) e Juliana Cardoso (SP).
Até o momento, Arthur Lira enviou oito representações ao Conselho de Ética, que atingem nove deputadas da esquerda e quatro bolsonaristas.
Os quatro bolsonaristas, todos do PL, alvos no conselho são: Carla Zambelli (SP), Eduardo Bolsonaro (SP), Nikolas Ferreira (MG) e José Medeiros (MT). Zambelli e Bolsonaro ofenderam com palavrões colegas do governo. Nikolas é acusado de transfobia, num discurso feito com uma peruca e Medeiros é acusado de ter pisado no pé de um petista, durante calorosa discussão no plenário. Talíria Petrone e Juliana Cardoso já acumulam duas representações no conselho. Márcio Jerry (PCdoB-MA) é outro governista representado também naquele colegiado, acusado de “assédio” por Julia Zanatta (PL-SC).
Parlamentares, no entanto, indignados com a ação do PL enviada nesta semana, iniciaram um movimento por assinaturas de uma petição contra a cassação de seus mandatos.
Participe de nosso grupo no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link