O apresentador Luciano Huck, cada vez mais ativo na política, criticou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a suspensão do X, antigo Twitter, no Brasil. Durante um seminário do Grupo Esfera no Rio de Janeiro na última sexta-feira (30), Huck expressou sua discordância em relação à interferência do Poder Judiciário nas atividades empresariais.
“Sou contra o que aconteceu hoje. Acho muito ruim para o Brasil quando você mistura o Judiciário, de forma tão imperativa, ao dia a dia das empresas. Cria-se uma insegurança jurídica que não é necessária”, declarou Huck, sem mencionar diretamente Moraes ou o STF, mas deixando clara sua posição sobre a decisão.
De acordo com o Metrópoles, quando questionado se suas palavras configuravam uma crítica ao Supremo, o apresentador negou, afirmando que sua fala era uma observação sobre o ambiente de negócios no Brasil.
Huck destacou ainda a importância da segurança jurídica para o crescimento econômico do país. Segundo ele, “se o Brasil quer ter condições de crescer economicamente, é necessário segurança jurídica para os investimentos chegarem até o país”.
A crítica de Huck surge no mesmo dia em que Alexandre de Moraes ordenou a suspensão da rede social X em todo o território nacional. A decisão foi motivada pelo não cumprimento de uma ordem judicial para que a plataforma instituísse um representante legal no Brasil.
O prazo dado por Moraes expirou na quinta-feira (29), e, desde então, a rede social tem desafiado as ordens judiciais brasileiras, acumulando uma multa de R$ 18 milhões por não remover perfis bolsonaristas acusados de disseminar informações falsas e ataques às instituições democráticas.
A determinação de Moraes inclui a notificação à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para cortar o acesso à plataforma em até 24 horas. Embora a retirada do ar possa enfrentar desafios técnicos, a medida é um capítulo importante na relação conturbada entre o Poder Judiciário brasileiro e as grandes empresas de tecnologia.
O X, que fechou seu escritório no Brasil em 17 de agosto após alegações de que Moraes havia ameaçado prender a representante legal da empresa, Rachel de Oliveira Villa Nova Conceição, continuou a operar no país, mesmo sem uma estrutura formal.