Lula ainda tem risco de sangramento no crânio e deve repetir exames após queda

Atualizado em 21 de outubro de 2024 às 8:04
Presidente Lula: o petista deverá repetir nas próximas 72 horas novos exames após a queda. Foto: Divulgação

O presidente Lula (PT) passará por novos exames de neuroimagem nas próximas 72 horas para verificar se há sinais de sangramento ou edema na parte de trás da cabeça, na região occipital, que foi lesionada após ele sofrer uma queda no banheiro, conforme informações da Folha de S.Paulo.

De acordo com especialistas, esse tipo de exame faz parte do protocolo em situações como essa. O boletim médico divulgado informou que Lula sofreu um “ferimento corto-contuso na região occipital”, que está relacionada à percepção visual, e precisou levar pontos na área afetada.

O presidente foi atendido no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, e permanece sob acompanhamento médico em casa.

O acidente

O acidente ocorreu na noite de sábado (19), enquanto Lula e a primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, finalizavam os preparativos para uma viagem à Rússia, onde ele participaria da Cúpula do Brics. Por orientação médica, a viagem foi cancelada.

O neurocirurgião Luiz Severo, especialista em dor, afirmou que, com base nas informações disponíveis, o presidente sofreu um traumatismo cranioencefálico leve. “Ele não teve perda de consciência, nem apresentou outros sinais de alerta, chegando ao hospital consciente e orientado.”

Severo também explicou que o termo “ferimento corto-contuso” significa que, além do traumatismo, o petista sofreu uma contusão cerebral, o que implica em pequenos sangramentos na superfície do cérebro. “Embora esses sangramentos sejam considerados benignos, é fundamental monitorar o paciente, pois mesmo um trauma leve pode evoluir para um sangramento intracraniano.”

Médico lança livro com técnicas para que pacientes controlem a dor crônica - ISTOÉ Independente
O neurocirurgião Luiz Severo, especialista em dor: ele disse que, além do traumatismo, o petista sofreu uma contusão cerebral. Foto: reprodução

Ele ainda destacou que o risco de complicações aumenta em pessoas idosas, devido à fragilidade dos tecidos e vasos sanguíneos. Lula, aos 78 anos, requer cuidados adicionais nesse tipo de situação. Além disso, o uso de medicamentos anticoagulantes, como o AAS, pode agravar o risco de sangramento, embora não tenha sido informado se o presidente faz uso de tais remédios.

Segundo o neurocirurgião, as primeiras 72 horas após o trauma são cruciais para avaliar a possibilidade de edema cerebral. “A recomendação é que ele permaneça em repouso, mantenha-se hidratado e seja constantemente monitorado.”

Conforme o boletim médico, após ser avaliado pela equipe de saúde, Lula foi orientado a evitar viagens aéreas longas, mas está liberado para realizar suas atividades normais. Um voo do Brasil até a Rússia, onde aconteceria o encontro do Brics, pode durar até 17 horas.

Boletim médico do presidente Lula publicado no dia 20.out.24 apos queda domestica e internação no Hospital Sirio Libanês. Boletim médico do presidente Lula publicado neste domingo (20) após queda em casa e internação no Hospital Sirio Libanês em Brasília. Foto: Divulgação/Hospital Sírio Libanês

Após um acidente doméstico, o chefe do Executivo cancelou sua viagem ao país e participará da Cúpula do Brics de forma remota, por videoconferência. A delegação brasileira será chefiada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Severo afirmou que a recomendação de não viajar está relacionada ao risco de aumento da pressão intracraniana e de sangramentos, além da necessidade de acompanhamento clínico e radiológico constante.