
Durante uma visita à Favela do Moinho, em São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a ausência do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em um evento voltado para o lançamento de uma ação habitacional destinada a cerca de 900 famílias.
Segundo Lula, o governador foi convidado, mas não compareceu. “Agora vocês estão sob os cuidados do governo federal e nós vamos respeitar vocês”, declarou.
A iniciativa habitacional é fruto de parceria entre os governos federal e estadual, mas Tarcísio alegou compromisso prévio com a entrega de 120 apartamentos em São Bernardo do Campo.
Ao ser questionado por jornalistas sobre sua ausência, o governador disse: “Meu objetivo não é fazer evento, é fazer entrega. O presidente faz o evento dele e está tudo certo”.

Lula também aproveitou a ocasião para criticar a tentativa de remoção das famílias do Moinho por parte da gestão paulista. Ele afirmou que a cessão do terreno ao governo de São Paulo não foi efetivada para evitar que o local seja usado como justificativa para ações policiais contra os moradores. “Eles vão tentar enxotar vocês sem vocês conseguirem o que querem”, disse o presidente.
O evento contou com a presença de ministros como Fernando Haddad (Fazenda), Esther Dweck (Gestão e Inovação), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral), Márcio França (Empreendedorismo) e Jader Filho (Cidades).
Durante o discurso, Lula ressaltou que o projeto busca garantir dignidade e moradia às famílias que vivem em situação precária no centro da capital paulista.
Embora tenha falado sobre políticas sociais e urbanas, Lula não comentou a derrota do governo no Congresso, ocorrida no dia anterior, com a derrubada do decreto que aumentava o IOF.
O ministro Márcio Macêdo, por outro lado, minimizou a situação, afirmando que se tratou de uma derrota da justiça tributária, e não do governo. “O IOF atingiria apenas 0,8% da população mais rica”, argumentou.
A Favela do Moinho é uma das últimas áreas ocupadas da região central de São Paulo, e o projeto habitacional lançado por Lula visa transformar o espaço em moradia digna, com a promessa de diálogo contínuo com os moradores.