
O presidente Lula (PT) pretende usar uma cúpula de líderes progressistas no Chile, na próxima segunda-feira (21), para articular uma resposta internacional ao avanço da extrema direita. O evento, que reunirá presidentes e representantes de países como Chile, Uruguai, Colômbia e Espanha, será conduzido sem citar diretamente Donald Trump, mas ganha peso diante da recente ofensiva do presidente americano contra o Brasil e outros países latino-americanos. Com informações de Jamil Chade, do Uol.
Organizada antes da escalada diplomática entre EUA e Brasil, a reunião ocorre sob o comando do presidente chileno Gabriel Boric.
Além de Lula, participam Yamandú Orsi (Uruguai), Gustavo Petro (Colômbia) e Pedro Sánchez (Espanha). A movimentação busca preencher um vácuo de articulação regional deixado por fóruns como o Mercosul, hoje influenciado por governos mais alinhados a Washington, como Argentina e Paraguai.
A expectativa é de que a cúpula resulte em uma declaração conjunta, ainda em formulação, mas sem menção direta a Trump.
Os chilenos temem que um ataque explícito ao presidente dos EUA acirre tensões eleitorais internas e fragilize as forças progressistas em seu país – a instabilidade na Colômbia também reforça a cautela no tom do documento final.
Apesar disso, Lula deve aproveitar o evento para discursar em defesa da soberania e da democracia, especialmente após os recentes ataques proferidos pelo governo do republicano às instituições brasileiras e às tarifas impostas ao Brasil.

Outro tema de destaque será a regulamentação das redes sociais e tecnologias digitais. O governo brasileiro pretende propor avanços nessa área como forma de conter a disseminação de desinformação – pauta que os EUA, sob Trump, têm criticado como “censura”.
O texto oficial deve incluir esse eixo como essencial na proteção das democracias.