
O presidente Lula usou suas redes sociais para destacar as ações do governo federal no combate ao crime organizado e às facções. Em publicação no X, ele afirmou que a estratégia atual combina inteligência, integração das forças de segurança e foco nos líderes do tráfico.
Segundo o presidente, desde 2023 o país retirou cerca de R$ 19,8 bilhões das mãos de organizações criminosas, o maior prejuízo financeiro já imposto a essas redes. Lula afirmou ainda que o número de operações da Polícia Federal cresceu 80% entre 2022 e 2024, passando de 1.875 para 3.393 ações.
Somente em 2025, até o mês de outubro, já foram realizadas 2.922 operações. A Polícia Rodoviária Federal também registrou recorde histórico ao apreender 850 toneladas de drogas em 2024, resultado de uma estratégia de atuação integrada nas fronteiras e rodovias federais.
No mesmo texto, o presidente citou a criação do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia, inaugurado em Manaus em setembro. A iniciativa reúne nove países da Pan-Amazônia e nove estados brasileiros, com o objetivo de combater o tráfico, o garimpo ilegal e crimes ambientais. Para ele, a cooperação internacional é essencial para desmontar rotas criminosas e ampliar o alcance da vigilância sobre atividades ilegais.
Entre as medidas legislativas, o presidente destacou o Projeto de Lei Antifacção, que endurece as penas e busca sufocar financeiramente as organizações criminosas, e a PEC da Segurança Pública, que propõe a modernização das polícias, a integração das Guardas Municipais e a criação de fontes permanentes de recursos para estados e municípios. “Essas medidas completam o ciclo da segurança”, escreveu Lula.
O Governo do Brasil está atuando para quebrar a espinha dorsal do tráfico de drogas e do crime organizado. Com mais inteligência, integração entre as forças de segurança e foco nos cabeças do crime — quem financia e comanda as facções.
Desde 2023, as ações do Governo já…
— Lula (@LulaOficial) November 4, 2025
A postagem ocorreu após o presidente classificar como “matança” a megaoperação policial realizada na semana passada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. A ação, batizada de Operação Contenção, foi conduzida pelas polícias militar e civil do estado e resultou em 121 mortes, segundo dados oficiais.
Foi a primeira vez que Lula se pronunciou publicamente sobre o episódio. Durante entrevista a correspondentes internacionais em Belém (PA), ele afirmou que é preciso investigar as circunstâncias da operação.
“Houve uma matança e creio que é importante investigar em que condições ocorreu. Até agora só temos a versão do governo estadual”, disse o presidente. Ele também destacou que o governo federal tenta viabilizar a participação de legistas da Polícia Federal nas perícias sobre as mortes.
“O dado concreto é que a operação, do ponto de vista da quantidade de mortes, as pessoas podem considerar um sucesso, mas do ponto de vista da ação do Estado, ela foi desastrosa”, declarou Lula. O presidente reforçou que a ordem judicial era para prisões, não para execuções, e que o Estado precisa apurar o caso com transparência.
O governador Cláudio Castro respondeu às críticas afirmando que o governo federal se recusou três vezes a emprestar blindados às forças de segurança estaduais. Apesar da queixa, Castro admitiu não ter solicitado a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), requisito formal para o uso de equipamentos federais em operações desse tipo.