Lula cobra reforma da ONU e reafirma: “Não há guerra em Gaza; há genocídio”

Atualizado em 17 de setembro de 2025 às 20:55
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante entrevista exclusiva à BBC News Brasil — Foto: BBC News

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (17/09/2025), em entrevista exclusiva à BBC News Brasil e à BBC News, que “não há guerra em Gaza”, mas “um genocídio”. O presidente criticou a atuação de Israel na região, afirmando que mulheres e crianças estão sendo mortas por um exército “altamente sofisticado”. A conversa ocorreu no Palácio da Alvorada, em Brasília, e abordou política externa, cenário doméstico e relações com os Estados Unidos.

Segundo Lula, até parte da comunidade judaica tem se manifestado contra as ações do governo de Benjamin Netanyahu. Ele citou protestos de judeus em diferentes países como exemplos da insatisfação com a ofensiva israelense.

Lula defendeu a criação de dois Estados como solução para o conflito no Oriente Médio. “É por isso que eu defendo a criação do Estado palestino para viver em harmonia com o Estado de Israel”, disse. Segundo o presidente, a Organização das Nações Unidas precisa de reformas para representar a geopolítica atual e ter força para incidir em crises como as de Gaza e da Ucrânia.

Na entrevista, Lula também criticou a paralisia da ONU diante das crises globais. “Agora, se nós tivéssemos uma ONU funcionando corretamente, certamente essa guerra não teria acontecido. Não tem ninguém negociando porque a ONU não representa muita coisa. Hoje, se tivesse uma ONU funcionando, essa guerra não precisaria ter existido. Se a ONU estivesse funcionando, não precisava estar acontecendo Gaza”. afirmou.

O presidente destacou ainda que a falta de atuação da ONU reduz a capacidade da comunidade internacional de intervir em conflitos. “Os cinco membros permanentes tomam decisões unilaterais. O que queremos é uma ONU que represente a geopolítica de hoje”.