Lula conversa com presidenta do México sobre reação a tarifaço de Trump

Atualizado em 23 de julho de 2025 às 21:44
Os presidentes Lula e Claudia Sheinbaum, de Brasil e México, respectivamente, de mãos dadas. Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou nesta quarta-feira (23) com a presidente do México, Claudia Sheinbaum, por telefone, em um gesto de aproximação diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos dos dois países. A medida anunciada por Donald Trump prevê taxação de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto e de 30% para os mexicanos.

Segundo nota do Palácio do Planalto, Lula defendeu o aprofundamento das relações econômicas e comerciais entre Brasil e México diante do “atual momento de incertezas” no cenário internacional. A conversa também serviu para articular uma visita oficial ao México por parte do vice-presidente Geraldo Alckmin, marcada para os dias 27 e 28 de agosto, com delegação empresarial e ministros.

Telefonei nesta quarta-feira, 23 de julho, para a presidenta do México, @Claudiashein. Recordei o encontro que tivemos durante a Cúpula do G7, no Canadá, e agradeci pela presença do chanceler mexicano na Cúpula do BRICS, no Rio de Janeiro.

Ressaltei a importância de aprofundar…

— Lula (@LulaOficial) July 23, 2025

Durante o diálogo, Lula e Sheinbaum discutiram formas de ampliar o acordo comercial entre os dois países. A intenção é facilitar o fluxo de mercadorias e serviços em setores considerados estratégicos, como indústria farmacêutica, agropecuária, biocombustíveis, aeroespacial, inovação e educação.

A ofensiva diplomática ocorre em meio à repercussão negativa do tarifaço anunciado por Trump. No caso do Brasil, o ex-presidente norte-americano justificou a decisão com ataques ao Supremo Tribunal Federal e críticas ao julgamento de Jair Bolsonaro, a quem chamou de vítima de uma “vergonha internacional”.

No caso do México, as tarifas de 30% foram atribuídas à suposta ineficiência do governo mexicano em conter os cartéis envolvidos na crise do fentanil. Trump declarou, em carta oficial, que as organizações criminosas que operam no país são “as pessoas mais desprezíveis que já caminharam sobre a Terra”.

A resposta do governo Lula tem se dado também por meio de articulações internacionais. O Brasil levou o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC), classificando as tarifas como arbitrárias. A movimentação diplomática tem o objetivo de isolar politicamente a retaliação imposta por Trump.

Sheinbaum, por sua vez, afirmou publicamente que seu governo tem um plano para lidar com os impactos das tarifas americanas. Em coletiva anterior, realizada em março, ela havia indicado disposição em buscar parceiros estratégicos para garantir a estabilidade econômica mexicana.

Com a viagem de Alckmin confirmada, Brasil e México devem acelerar os diálogos técnicos e políticos para firmar uma nova etapa de cooperação bilateral. A estratégia de Lula é formar alianças regionais que enfrentem de forma coordenada os efeitos do protecionismo norte-americano.

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