Lula convoca embaixador do Brasil em Israel em meio a crise com Netanyahu

Atualizado em 19 de fevereiro de 2024 às 14:59
O embaixador Frederico Meyer. Foto: reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ordenou o retorno ao Brasil do embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, para consultas, segundo a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. A decisão acontece após a reação de Israel à fala do petista sobre o genocídio contra palestinos na Faixa de Gaza, comparando a situação ao Holocausto.

A medida de Lula vem como resposta direta à convocação do embaixador Meyer pelo governo israelense para uma reprimenda. Israel chegou ao ponto de declarar o presidente como “persona non grata”, ampliando ainda mais a crise diplomática entre os dois países.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel escolheu um gesto simbólico para repreender o embaixador brasileiro, chamando-o para uma reunião no Memorial do Holocausto, Yad Vashem, em Jerusalém. O museu é um importante local de recordação do Holocausto nazista, que dizimou milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Durante o encontro no Yad Vashem, o chanceler Israel Katz apresentou ao embaixador brasileiro uma lista com os nomes de seus próprios familiares que foram vítimas do regime de Adolf Hitler, com a intenção de contrangê-lo.

Lula e Netanyahu. Foto: reprodução

Antes da decisão, Lula se reuniu com o assessor especial da presidência Celso Amorim e os ministros Paulo Pimenta (Secom), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

No domingo (18), o petista comparou os ataques de Israel à Faixa de Gaza ao extermínio de judeus promovido por Adolf Hitler no regime nazista. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus”, afirmou.

Após a declaração deste domingo, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu atacou o petista, dizendo que suas falas “são vergonhosas e graves” e alegando que ele cruzou “uma linha vermelha” ao fazer a comparação.

Na manhã de hoje, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, afirmou que a comparação é “inaceitável” e que “ele é uma persona non grata até que peça desculpas e se se retrate”.

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