Lula critica a austeridade fiscal: “O pobre fica mais pobre e o rico fica mais rico”

Atualizado em 4 de julho de 2025 às 11:45
O presidente Lula durante o encontro anual do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o chamado Banco do Brics, no Rio de Janeiro, nesta sexta (4). Foto: Ricardo Stuckert/PR

Em meio a uma crise envolvendo o Congresso sobre a cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o presidente Lula detonou o que chama de “modelo de austeridade”. Durante discurso na abertura do encontro anual do banco do Brics, no Rio de Janeiro, o petista disse que esse sistema contribuiu para aumentar a desigualdade, tornando os países mais pobres ainda mais empobrecidos.

Para ele, enquanto os ricos continuam acumulando riqueza, os pobres são os maiores prejudicados por essas políticas. Por isso, o presidente defende a criação de um novo modelo de financiamento para os países em desenvolvimento, um modelo que permita o crescimento econômico sem sacrificar as camadas mais vulneráveis da população.

“Vocês podem e devem mostrar ao mundo que é possível criar um novo modelo de financiamento. O modelo da austeridade não deu certo em nenhum lugar do mundo”, afirmou o presidente.

Ele avalia que a redução de gastos públicos “exigida pelas instituições financeiras levaram os países a ficarem mais pobres. Porque toda vez que se fala em austeridade o pobre fica mais pobre e o rico fica mais rico”.

Lula também trouxe à tona a promessa não cumprida feita durante a COP15 em Copenhagen, em 2009. Naquele ano, os países ricos se comprometeram a fornecer US$ 100 bilhões por ano para ajudar os países em desenvolvimento a enfrentar a emergência climática.

“Já estamos em 2025 e até agora esse dinheiro nunca apareceu”, prosseguiu o petista. Em sua fala, ele ainda afirmou que a ONU (Organização das Nações Unidas) se tornou “insignificante”.

“O problema nosso não é nem econômico, o problema nosso é político. Há muito tempo eu não via o mundo carente de lideranças políticas como eu vejo hoje. Há muito tempo eu não via a nossa ONU tão insignificante como ela se apresenta hoje. A ONU que criou o estado de Israel não é capaz de criar o estado palestino”, completou.