Lula critica o isolamento político da esquerda: “Evangélico não é contra nós”

Atualizado em 17 de outubro de 2025 às 5:34
O presidente Lula, discursando em evento do PCdoB em Brasília na última quinta-feira (16). Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (16), em Brasília, que 2026 será um “ano sagrado” e defendeu que a esquerda precisa aprimorar o diálogo com diferentes setores da sociedade, especialmente com os evangélicos. O discurso foi feito durante o 16º Congresso do PCdoB, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. O evento contou com a presença de ministros e lideranças de partidos aliados.

Lula destacou que a esquerda precisa recuperar a capacidade de se comunicar com a população e criticou o isolamento político. “Evangélico não é contra nós, nós é que não sabemos falar com eles. O erro está na gente”, afirmou. O presidente reforçou que pretende disputar a reeleição em 2026 e disse que o desafio é “convencer os outros, que ainda não são nossos, a vir com a gente”.

O petista afirmou ainda que “o discurso progressista não pode ser feito apenas para ativistas” e que “o foco deve ser o povo”. Durante a fala, Lula classificou o ex-presidente Jair Bolsonaro como “figura politicamente grotesca” e criticou o Congresso Nacional, dizendo que a atual legislatura é “a pior da história” e citando a aprovação da PEC da Blindagem.

Lula também comentou a situação internacional e mencionou as declarações do presidente norte-americano Donald Trump sobre a Venezuela. “O Brasil nunca será a Venezuela, e a Venezuela nunca será o Brasil. Cada um é dono do seu destino. Não é nenhum presidente de outro país que tem que dar palpite”, afirmou.

O evento contou com a participação de ministros como Gleisi Hoffmann, Sidônio Palmeira, Alexandre Silveira e Wolney Queiroz, além do presidente do PT, Edinho Silva, e da ministra Luciana Santos, presidente do PCdoB. Representantes dos partidos comunistas de Cuba e da China também estiveram presentes.

Luciana Santos, João Campos e Edinho Silva reafirmaram apoio à candidatura de Lula em 2026 e defenderam a formação de uma frente ampla contra a extrema-direita. “A palavra de ordem é isolar a extrema-direita no país”, disse Luciana. Edinho afirmou que o fascismo foi derrotado em 2022 e em 2023, mas “ainda não sofreu sua derrota final”.