
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, está cotada para integrar a equipe ministerial do governo Lula na reforma prevista até março. A deputada federal deve assumir a Secretaria-Geral da Presidência, atualmente responsável pelo diálogo do Planalto com os movimentos sociais. Com informações do Estadão.
Com a ida da parlamentar ao primeiro escalão, será necessário um rearranjo dentro do PT. O partido, que completa 45 anos em 10 de fevereiro, realizará eleições internas em 6 de julho para renovar suas direções nacional, estadual e municipal.
Enquanto isso, um dos vice-presidentes da sigla assumirá interinamente a presidência. Entre os nomes cotados para a função estão José Guimarães (CE), líder do governo na Câmara, e o senador Humberto Costa (PE), que deve ocupar a segunda vice-presidência do Senado.
A escolha do sucessor provisório de Gleisi dependerá do aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pois essa liderança conduzirá o Processo de Eleição Direta (PED) do partido. Apesar de não haver impedimentos para que parlamentares acumulem cargos no Congresso e na presidência do PT, a paranaense tem maior proximidade com Guimarães.
Lula quer que Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara e aliado de Fernando Haddad, assuma a presidência do PT. A estratégia visa aproximar o partido do centro político na segunda metade do governo. Caso o atual mandatário não dispute a reeleição em 2026, Edinho ajudaria a pavimentar o caminho para Haddad como candidato.
Entretanto, a indicação de Edinho divide a corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB), da qual Lula e Gleisi fazem parte. Essa disputa interna tornará desafiadora a gestão do presidente interino da legenda.

Nos bastidores do Planalto, ainda há dúvidas sobre o destino de Márcio Macêdo, atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência. Lula considera Macêdo um aliado importante, mas acredita que o cargo exige alguém com maior capacidade de interlocução com os movimentos sociais nesta fase do governo.
A necessidade de reforçar a base política ficou mais evidente após a pesquisa Genial/Quaest, divulgada no dia 27. O levantamento apontou queda na popularidade do governo, inclusive entre eleitores de baixa renda e do Nordeste, tradicional reduto petista.
Apesar da chegada de Gleisi ao governo, o PT pode perder força na Esplanada. O partido atualmente comanda 11 dos 38 ministérios, mas a reforma ministerial deve abrir espaço para legendas do Centrão. Um dos alvos de troca é o Ministério das Mulheres, ocupado por Cida Gonçalves.
Outra pasta cogitada para a deputada federal foi a do Desenvolvimento Social, responsável pelo Bolsa Família. No entanto, Wellington Dias (PT) deve permanecer à frente do ministério. O PSD, de Gilberto Kassab, tenta emplacar o deputado Antônio Brito (BA) no cargo, mas Lula avalia que áreas estratégicas como Desenvolvimento Social, Educação e Casa Civil devem continuar sob controle do PT.
A reforma ministerial, que será concluída após as eleições para o comando da Câmara e do Senado, marcadas para 1º de fevereiro, tem como objetivo fortalecer alianças políticas para 2026. Até o momento, a única mudança confirmada foi na Secretaria de Comunicação Social, com a saída de Paulo Pimenta (PT) e a nomeação de Sidônio Palmeira.