O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), optou por cancelar sua presença em um evento beneficente promovido pela fundação do ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, nesta segunda-feira (23), em Nova York. O incidente ocorreu após um desentendimento entre a segurança do evento e a delegação brasileira.
Motivo do cancelamento
O atrito teve início com a chegada de agentes do Serviço Secreto americano, responsáveis pela segurança do presidente dos EUA, Joe Biden, que confirmou sua presença no evento de última hora. Esse reforço na segurança gerou confusão quando a delegação brasileira chegou ao local. Houve divergências sobre quem da equipe de Lula poderia entrar, o que levou o petista a se retirar.
Segundo o Palácio do Planalto, o rompimento do protocolo de segurança colocou em risco a integridade de Lula. Além disso, a decisão dos agentes americanos de revistar ministros e embaixadores brasileiros foi vista como inaceitável, o que aumentou o descontentamento da delegação.
Fontes relataram ao UOL que houve trocas ásperas entre os seguranças dos dois países, com queixas da equipe brasileira sobre a postura agressiva dos agentes americanos.
Agenda de Lula nos EUA
Após o incidente, Lula participou de um evento promovido pela fundação de Bill Gates, onde será premiado por suas iniciativas no combate à pobreza e à fome. A estadia do presidente brasileiro nos Estados Unidos inclui compromissos importantes, como a participação na Assembleia Geral da ONU e na Cúpula do Futuro.
Nessas ocasiões, o chefe do governo buscará destacar o Brasil como um líder global emergente e abordar questões centrais, como multilateralismo, mudanças climáticas e combate à fome.
Relações internacionais e reformas globais
Lula tem cerca de 30 encontros bilaterais agendados durante sua passagem pelos EUA, com reuniões confirmadas com líderes da França, Haiti, Espanha e representantes da União Europeia. Desde que anunciou o retorno do Brasil ao cenário internacional em 2023, o presidente tem trabalhado para consolidar o país como um ator relevante em fóruns globais, como o G20.
Seu discurso de abertura na Assembleia Geral da ONU, elaborado pelo Itamaraty e ajustado pelo Palácio do Planalto, dará destaque à questão climática, com foco nas recentes queimadas no Brasil. Também é esperado que ele reforce a necessidade de reformas profundas no sistema multilateral, incluindo mudanças na ONU e no Conselho de Segurança, com o objetivo de garantir maior representatividade ao Sul Global.
Combate à desinformação e defesa da democracia
Outro ponto importante que deve ser abordado por Lula é a regulação dos meios digitais. O presidente brasileiro tem intensificado os esforços para combater a disseminação de fake news e discursos de ódio, com o objetivo de proteger a democracia e garantir um ambiente digital mais seguro e transparente.