O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve fazer o anúncio oficial, ainda nas próximas horas, do nome do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o Globo, a escolha deve recair sobre o advogado-geral da União, Jorge Messias, que é considerado o favorito do Planalto. O anúncio pode ocorrer antes mesmo da viagem de Lula à Ásia, também marcada para a manhã desta terça-feira (21), onde ele poderá se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para discutir o tarifaço imposto a produtos brasileiros.
A decisão sobre o sucessor de Luís Roberto Barroso, que antecipou sua aposentadoria, vem sendo amadurecida nas últimas semanas. O presidente realizou uma série de reuniões reservadas com ministros do STF e aliados políticos, incluindo um jantar com Barroso na sexta-feira (17), no Palácio da Alvorada. Na conversa, Lula teria apresentado os três principais nomes avaliados para a vaga: Jorge Messias, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas.
Segundo interlocutores, Barroso evitou se posicionar em favor de um nome específico, mas elogiou os três cotados, classificando-os como “qualificados”.
O jantar, de caráter reservado, não contou com a presença de outros ministros da Corte. Desde a semana passada, Lula também recebeu Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin para discutir a sucessão no Supremo e o impacto político da escolha.
No campo político, o presidente deve se reunir ainda com o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) antes de oficializar a indicação. Alcolumbre é o responsável por conduzir a sabatina do indicado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e, portanto, peça-chave na aprovação do nome.
O senador, no entanto, tem demonstrado preferência por Rodrigo Pacheco, seu aliado e presidente do Senado. Mesmo assim, aliados de Lula afirmam que o governo confia na habilidade de negociação de Alcolumbre para garantir a aprovação de Messias.
Assessores próximos ao presidente defendem que o anúncio seja feito antes da viagem à Ásia, para evitar o aumento das pressões políticas e o surgimento de novas disputas internas.
A nomeação de Messias é vista dentro do governo como uma escolha de perfil técnico, que reforça a confiança pessoal de Lula em um auxiliar considerado “discreto e leal”. Aos 45 anos, o atual chefe da Advocacia-Geral da União é evangélico e tem trajetória consolidada em cargos jurídicos desde os governos petistas de Dilma Rousseff.
O presidente embarca às 10h desta terça-feira e deve participar da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), na Malásia. Na viagem, Lula pretende discutir pautas econômicas e ambientais, além de buscar a aproximação com o governo estadunidense.
O Planalto acredita que o anúncio do novo ministro antes da viagem demonstra estabilidade política e evita prolongar o suspense em torno da vaga aberta no STF.