
Durante evento em São Paulo nesta sexta-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil “está arrumado” e precisa de “uma nova chance”. Ao lançar um novo modelo de financiamento imobiliário, o petista fez duras críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem chamou de “tranqueira”, e disse que o país sofreu “seis anos de destruição”, em referência também ao governo Michel Temer (MDB).
Lula relembrou a necessidade de aprovar a PEC da Transição, que permitiu reorganizar o orçamento em 2023, e acusou o governo anterior de negligência administrativa. “A tranqueira que governava não cuidou disso. E esse país agora está arrumado”, afirmou. O presidente também disse que há uma “indústria de desconfiança” que tenta ofuscar os avanços econômicos do governo, como o crescimento do PIB e a queda da inflação.
O discurso também teve tom eleitoral. Lula voltou a pedir “uma chance” ao eleitorado e destacou o retorno do Brasil ao Mapa da Fome da ONU como um dos legados mais negativos das gestões anteriores. Segundo ele, as políticas de inclusão social e geração de emprego são fundamentais para consolidar uma “sociedade de classe média”.
O presidente direcionou críticas ao Congresso pela derrubada da Medida Provisória que taxava os rendimentos de bancos, apostas e grandes fortunas — apelidada de “taxação BBB”. Ele defendeu que os mais ricos contribuam mais e citou a medida como exemplo de sabotagem política. “Eles votam contra porque o dinheiro poderia servir para fazer mais política de inclusão”,
afirmou.
⏯️ Lula chama Bolsonaro de "tranqueira" e diz que o Brasil está arrumado
Em evento de lançamento de crédito imobiliário, Lula fez críticas ao governo Bolsonaro e afirmou que "não tem mágica na economia"
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— Metrópoles (@Metropoles) October 10, 2025
Lula também mandou recados a Tarcísio de Freitas (Republicanos), apontado como possível adversário em 2026. O governador de São Paulo articulou com líderes do Centrão a retirada da MP do IOF. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, endossou o discurso do presidente e disse que “não se ganha eleição sabotando o Brasil”.
Ao final, Lula comentou o recente atrito comercial com os Estados Unidos, após o “tarifaço” anunciado por Donald Trump, e defendeu uma postura de independência nas relações internacionais. “O Brasil não tem interesse em brigar com os Estados Unidos, mas também não vai lamber botas de ninguém”, declarou. O petista afirmou ainda que, se necessário, o país pode direcionar exportações para a China e outros mercados.