Lula e a floresta. Por Fernando Rosa

Atualizado em 11 de julho de 2017 às 9:57
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Publicado no Senhor X.

POR FERNANDO ROSA

A Globo perdeu a vergonha completamente nesta segunda-feira, 10 de julho. Depois de “so-le-trar” no Jornal Nacional a denúncia do tal Zveiter contra Temer, baixou a linha. Na cara-dura, falou que a sociedade está “separando a política da economia”. E que, por conta disso, a equipe econômica deve continuar. Ou seja, plantaram a receita dos seus financiadores, assim como da maioria da grande mídia nacional – os bancos!

Nada de novo, pois esse sempre foi o roteiro do golpe, menos para quem insiste em só ver as árvores. No script de Washington, primeiro tirava a Dilma, depois – no primeiro semestre de 2017 – degolava o Temer e, por fim, emplacava seu nome de confiança, pela via indireta. Antes, Temer deveria entregar o pré-sal, as indústrias, as terras, a soberania, a escravidão dos trabalhadores. Isso, claro, com um help do PSDB, discreto para não queimar o filme dos tucanos.

Ocorre que, ao que parece, as coisas não estavam andando no ritmo desejado pelos donos do poder mundial. Então, o “reloginho” do golpe, o procurador-geral da República Rodrigo Janot, antecipou a segunda etapa do roteiro original. Junto com a PGR e o Departamento de Estado norte-americano, um homem-bomba chamado Joesley implodiu o Palácio do Planalto. No meio do caminho, sobraram alguns estilhaços para Aécio Neves, que atrapalhou o cenário golpista.

O golpe segue, então, seu curso com a possível queda de Temer e a posse de Rodrigo Maia, temporariamente, ou não. Nas calçadas do Brasil, o povo começa a se cansar com “os “fora isso”, “fora aquilo”. Exige explicação melhor sobre o que acontece, além da “culpa do PT”. O país está sendo destruído por uma guerra híbrida, condenado a sumir do mapa. Lula está apontando o caminho, identificando o inimigo claramente. Ou se entende isso, ou então restará combater nos guetos políticos, sociais e, depois, físicos.

Ainda é tempo.