Lula exonera diretores do Banco Central e prepara substitutos para 2026

Atualizado em 24 de dezembro de 2025 às 19:37
Reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central ficará desfalcada em janeiro de 2026, com saída de dois diretores – Raphael Ribeiro – 29.jan.25/Divulgação BC

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva formalizou nesta quarta-feira (24) a exoneração dos diretores do Banco Central (BC) Diogo Guillen, responsável pela Política Econômica, e Renato Gomes, responsável pela Organização do Sistema Financeiro e de Resolução. A decisão, que entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2026, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU). Os dois diretores decidiram deixar os cargos ao término de seus mandatos, que expiram em 31 de dezembro de 2025. Com informações da Folha de S.Paulo.

A exoneração gerará desfalques no Comitê de Política Monetária (Copom), que se reunirá nos dias 27 e 28 de janeiro de 2026, já sem os diretores titulares. O governo federal ainda não indicou os substitutos de Guillen e Gomes, o que ocorrerá somente no próximo ano devido ao clima conturbado entre o Executivo e o Senado, além da proximidade do fim do ano legislativo, que se encerrou na última segunda-feira (22).

A Lei da Autonomia do Banco Central, aprovada em 2021, determina que a indicação dos novos diretores é responsabilidade do presidente da República. Após a indicação, os nomes são sabatinados e votados pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e, em seguida, levados ao plenário para aprovação. O novo ano legislativo começará apenas em 2 de fevereiro de 2026.

O presidente Lula. Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

Até que os novos diretores sejam nomeados, as funções de Guillen e Gomes serão temporariamente acumuladas por outros membros da atual diretoria do BC. Paulo Picchetti, que atualmente lidera a área de assuntos internacionais, ficará interinamente no cargo de Guillen. No entanto, a função de Política Econômica será assumida por Nilton David, atual diretor de Política Monetária, na primeira semana de janeiro, enquanto Picchetti estará de férias.

Além disso, a diretoria de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução será acumulada por Gilneu Vivan, diretor de Regulação, enquanto o governo aguarda a nomeação dos novos dirigentes. A mudança na cúpula do BC ocorre em um momento de tensão política, mas também de transição para o novo ciclo legislativo, que terá impacto sobre as políticas econômicas e monetárias do Brasil.

A expectativa é que o governo de Lula siga com um processo de reestruturação no BC e no comando da política econômica, buscando alinhamento com suas prioridades, ao mesmo tempo em que garante a continuidade da autonomia da instituição, conforme determinado pela legislação vigente.