Lula fala em “guerra” e PF faz novas ações contra garimpo ilegal na terra Yanomami

Atualizado em 18 de janeiro de 2024 às 13:54
Polícia Federal durante ações contra o garimpo ilegal em terras Yanomami. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) lançou, nesta semana, uma nova operação para combater a mineração ilegal na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. A iniciativa ocorre após uma reunião no Palácio do Planalto, em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconheceu a presença de invasores na região e enfatizou a necessidade de não perder a “guerra” contra o garimpo.

A PF divulgou que está realizando uma “nova rodada de ataques” aos garimpos ilegais desde terça-feira (16), com o apoio das Forças Armadas. Durante a ação, foram apreendidos armas, celulares, radiocomunicadores, munição, coletes à prova de bala e outros equipamentos utilizados pelos garimpeiros.

Segundo a Veja, essa ofensiva é uma resposta ao cumprimento das decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), no contexto da ADPF 709, que determinou medidas de combate aos crimes praticados dentro de territórios indígenas.

Em uma reunião realizada em 10 de janeiro, o presidente Lula se encontrou com ministros, representantes da PF e das Forças Armadas para avaliar as ações na Terra Yanomami e estabelecer novas diretrizes. O território havia sido invadido durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), enfrentando também uma crise sanitária que teve repercussões internacionais no início de 2023.

Presidente Lula esteve em terras Yanomami em 2023. Foto: Caíque Rodrigues/g1 RR

“A gente vai decidir tratar a questão dos ianomâmis como uma questão de Estado. Vamos ter que fazer um esforço ainda maior, utilizar todo o poder que a máquina pública pode ter porque não é possível que a gente possa perder uma guerra para garimpo ilegal, para madeireiro ilegal, para pessoas que estão fazendo coisas contra o que a lei determina”, afirmou o presidente Lula.

Após a reunião, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, anunciou que as forças de segurança terão uma presença permanente na região. Além disso, será estabelecida uma sede do governo federal em Roraima para coordenar as ações na área. Lula determinou um crédito extraordinário de 1,2 bilhão de reais para custear as medidas de combate ao crime e proteção aos indígenas no território.

“Não se trata de uma intervenção, se trata de uma coisa de governo que vai cotidianamente e não, esporadicamente, tratar a questão”, enfatizou Rui Costa.

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