Nesta segunda-feira (9), Míriam Leitão e Luciana Casemiro elogiaram a escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que indicou a deputada estadual Macaé Evaristo para o Ministério dos Direitos Humanos. O posto estava vazio desde a última sexta-feira (6), com a saída de Silvio Almeida.
A publicação destacou que, apesar da pouca experiência legislativa, a parlamentar está longe de ser uma liderança recente. Ela tem 59 anos, acumula 40 de magistério e se tornou uma referência como pensadora e gestora da educação pública nacional:
“Macaé tem uma história parecida com a de muitos brasileiros, veio de uma cidade pequena, São Gonçalo do Pará, com pouco mais de 11 mil habitantes, de uma família de avós analfabetos. Foi testemunha em casa da luta pela educação.
A mãe, que enfrentou todas as dificuldades financeiras e de exclusão por preconceito racial para se formar professora, e o pai, um ex-combatente, que participou da primeira associação negra de Belo Horizonte, deixaram como herança para as quatro filhas a educação como projeto de vida. A nova ministra, formada em Serviço Social, com mestrado e doutorado em Educação, acabou por dedicar a sua vida ao tema, numa atuação que transcendeu as salas de aulas, para um agir sociopolítico.
Macaé Evaristo chega ao Ministério dos Direitos Humanos com um perfil totalmente diferente do antecessor, que era uma jurista. É uma pessoa capaz de superar esse momento, de levar adiante causas como representação histórica dos negros, defesa da história dos negros e dos indígenas, temas aos quais se dedicou em cruzamento a educação, como parte do processo de enfrentamento das injustiças, da exclusão, num processo de redemocratização do país, de resgate de direitos de todos os brasileiros. […]
Lula fez uma boa escolha para esse momento de crise e, ainda que de forma insuficiente, com a escolha de Macaé, amplia para dez o número de mulheres à frente dos 37 ministérios do governo”.