Lula já definiu escolha dos três comandantes das Forças Armadas; conheça os mais cotados

Atualizado em 8 de dezembro de 2022 às 15:23
O presidente eleito Lula (PT)
Foto: Reprodução/Montagem/Brasil247

Com um anúncio adiantado nesta quinta-feira (8) de que o ex-ministro José Múcio Monteiro (PTB), ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), irá assumir o Ministério da Defesa do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o petista agora só deverá confirmar os nomes dos três comandantes que irão assumir as Forças Armadas.

Lula estava se programando para indicar todos os seus ministros somente após a sua diplomação, que acontecerá na próxima segunda-feira (12), no entanto o convite a Múcio já estava fechado e deve ser confirmado ainda nesta quinta.

O presidente eleito já possui três possíveis nomes para as Forças Armadas. De acordo com os critérios usados anteriormente na seleção dos comandantes, ele deverá escolher o general Júlio Cesar Arruda para o Exército, o almirante Renato Rodrigues Aguiar Freire para a Marinha e o brigadeiro Marcelo Damasceno para a Aeronáutica.

O novo ministro da Defesa, ainda não confirmado, já informou, nos bastidores, que manterá o critério tradicional de antiguidade para sua escolha, de forma a não gerar “marola ou instabilidade política entre os militares”.

Sendo assim, o general Júlio Cesar Arruda é o mais cotado para assumir a liderança do Exército. Aos 63 anos, Arruda é um dos poucos cuiabanos na área militar a atingir o posto de general de 4 estrelas do Exército brasileiro, o nível mais alto da corporação.

Arruda já atuou como comandante da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) e e exerceu a função de assessor militar do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI). O general recebeu o posto no CM do Leste em abril de 2019, quando o general Walter Braga Netto (PL), vice do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas últimas eleições, deixou o cargo.

Já para a Marinha, o nome mais cotado é o do almirante Renato Rodrigues Aguiar Freire. Em dezembro de 2021, Aguiar se tornou Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) e permanece no cargo desde então. Em 1981, ele foi declarado Guarda-Marinha.

E por fim, para a Aeronáutica, a indicação mais provável, seguindo os critérios tradicionais, será de brigadeiro Marcelo Damasceno como comandante. Damasceno, atualmente, é chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, o cargo que ele assumiu desde em outubro de 2020.

Porém, embora as nomeações devam ser assimiladas de forma tranquila internamente, o novo líder do Exército é visto com ressalvas entre os aliados de Lula, especialmente os petistas.

Um dos problemas apontados é o fato de Arruda ser paraquedista formado nas Forças Especiais (FE) e próximo de outros colegas de FE, os os generais Luiz Eduardo Ramos e Eduardo Pazuello (PL), respectivamente ministro e ex-ministro de Bolsonaro.

Desde que Múcio começou a fazer encontros reservados com oficiais da ativa e da reserva, além de políticos e acadêmicos da área de Defesa, até mesmo com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ouviu várias vezes que a escolha de Arruda seria muito arriscada, porque ele é visto como o mais bolsonarista entre os mais antigos das Forças Armadas.

Os petistas ainda tentaram provocar mudanças na escolha de Múcio para o comandante do Exército, defendendo que ele escolhesse um dos outros dois generais promovidos a quatro estrelas no mesmo ano em 2019, poucos meses depois de Arruda. No final Múcio preferiu apostar que Arruda será o moderado que seus aliados “pintaram nos bastidores”.

Segundo a colunista Malu Gaspar, do O Globo, na avaliação dos governistas, o curto prazo não iria promover grandes traumas na força e poderia dar mais tranquilidade ao próprio Lula, que se preocupa com a forte ligação dos militares com Bolsonaro e os potenciais efeitos que isso pode causar em seu novo governo.

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