Lula livre: no meio do caminho tem um motorista. Por Laerton

Atualizado em 20 de dezembro de 2018 às 18:19
Fabrício Queiroz, o motorista dos Bolsonaros. Foto: Reprodução

POR LAERTON

Era fácil prever a derrubada da medida favorável a libertação de Lula e a turbulência que ocorreria na mídia. Aconteceu. Se política é xadrez, se a justiça está refém de uma demanda política específica, torna-se fácil supor que a movimentação do STF, contraditória e de resultado nulo, serviria para encobrir o fato do dia: o ex-motorista do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), Fabrício Queiroz, não iria comparecer ao depoimento no Ministério Público do Rio de Janeiro, marcado para hoje, 19 de dezembro.

Uma movimentação ruidosa havia começado com a polícia fazendo busca e apreensão na casa de Gilberto Kassab. O show da manhã.

A continuidade da programação veio com os atores do STF. Marco Aurélio Mello toma a decisão que permite soltar Lula. Decisão unilateral. Peita todo mundo. Até o PT e os advogados do ex-presidente se declaram surpresos.

Em seguida, a contrapartida dos contraproducentes. A equipe da Lava Jato arma coletiva de imprensa, a vanguarda do atraso do MBL vai para rua, Raquel Dodge solicita a derrubada da medida, Dias Toffoli transfere a decisão para abril.

Tudo bem. Um dia de folga no laranjal dos Bolsonaro. Vamos ver o que vai acontecer na próxima intimação para depoimento de Fabrício José Carlos Queiroz, 53 anos, desaparecido.