
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a reclamar de agentes do mercado financeiro e criticou Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, a quem se referiu novamente como “cidadão”.
As queixas, exibidas em uma entrevista da Record TV, têm relação com a política monetária adotada pela autarquia, que tem autonomia em relação ao Executivo.
Na matéria, o petista foi questionado sobre a mudança de percepção do mercado financeiro em relação a Fernando Haddad (PT) em função das pautas econômicas tocadas pelo governo no Congresso.
A avaliação positiva do ministro da Fazenda se tornou majoritária entre analistas e economistas de empresas de investimentos, de acordo com uma pesquisa Quaest, que demonstra o aumento da confiança de pessoas do mercado financeiro no ministro da Fazenda.
“Esse povo nunca votou na gente. Eles nunca votaram no PT, nunca votaram no Haddad. Eles não tiveram nem coragem de criticar o (ex-ministro da Economia) Paulo Guedes”, respondeu Lula.

O chefe do governo brasileiro voltou a questionar a postura de Campos Neto em relação à manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 13.75% ao ano na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. Na reunião de agosto, o mercado prevê uma queda de ao menos 0,25 ponto percentual.
Na visão do presidente, além de atingir a meta da inflação, que sua gestão decidiu não alterar no Conselho Monetário Nacional, o Banco Central também deveria “gerar empregos e fazer a economia crescer”.
“Queremos mais crédito. Não tem um setor da Faria Lima, do varejo, do setor industrial, do turismo e da sociedade que concorde com essa taxa de juros. Este cidadão está a serviço de quem?”, questionou Lula.