
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) montou seu “quadrado mágico” para a disputa de 2026: quatro nomes estratégicos que atuam em diferentes frentes para consolidar o projeto de reeleição do presidente, conforme informações da revista Veja.
Guilherme Boulos, Fernando Haddad, Sidônio Palmeira e Geraldo Alckmin formam o núcleo político e eleitoral responsável por articular a base popular, reforçar a economia, aprimorar a comunicação e ampliar o diálogo com o empresariado.
Boulos e a guinada para as ruas
A principal novidade do grupo é Guilherme Boulos (PSOL-SP), novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência. Deputado mais votado por São Paulo em 2022, ele foi escolhido para reaproximar o governo dos movimentos sociais e retomar o contato com as ruas.
Sua chegada marca uma mudança de estratégia: Lula deixa de lado o tom conciliador da “frente ampla” de 2022 e assume um discurso mais nítido de enfrentamento político.
Por ordem direta do presidente, o governo passou a adotar posições mais claras na disputa ideológica. A retórica do “nós contra eles” — e do embate entre “os pobres e a Faria Lima” — encontra em Boulos um porta-voz entusiasmado. Segundo ele, o desafio é reconectar o Planalto à base popular que garantiu a vitória petista nas urnas.
Haddad e o poder da economia
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, é o responsável por transformar políticas econômicas em capital político.
Apesar do cenário fiscal delicado, ele tem elaborado medidas de forte apelo popular, como a ampliação do Auxílio Gás, o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda e novas linhas de crédito para a classe média.
A estratégia é simples: usar o poder econômico do governo para fortalecer o eleitorado de Lula.

Sidônio e a engrenagem da comunicação
Essas iniciativas são impulsionadas pela Secretaria de Comunicação Social, chefiada por Sidônio Palmeira, o marqueteiro que ajudou Lula a reconstruir a imagem política e a recuperar popularidade nas pesquisas.
Sob sua coordenação, o governo tenta melhorar o desempenho nas redes sociais — campo ainda dominado pela direita — e reforçar o discurso de um Estado que “entrega resultados” ao povo.

Alckmin e o diálogo com o empresariado
Fechando o “quadrado mágico”, o vice-presidente Geraldo Alckmin tem papel central na ponte com o setor produtivo. À frente das negociações com os Estados Unidos sobre as tarifas de exportação, ele tenta suavizar o impacto das sobretaxas e aproximar o governo dos exportadores paulistas — movimento estratégico no maior colégio eleitoral do país.
Com o apoio político de Boulos, a agenda econômica de Haddad, a comunicação de Sidônio e a moderação de Alckmin, Lula chega a 2026 com um time de confiança que atua em sincronia. Enquanto a oposição ainda busca um nome competitivo, o petista já avança em campo, com seu “quadrado mágico” ajustado para o jogo da reeleição.
