Lula muda tom sobre massacre no Rio e pede investigação da Polícia Federal

Atualizado em 6 de novembro de 2025 às 23:44
Lula, presidente do Brasil. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Após novas informações sobre a megaoperação policial que deixou mais de 100 mortos no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “mudou seu tom” em relação ao cenário de guerra que vem acontecendo na cidade. Durante entrevista a jornalistas estrangeiros em Belém, na última terça-feira (4), Lula descreveu a ação como uma “matança” e pediu que a Polícia Federal (PF) assumisse as investigações sobre as mortes ocorridas nos complexos da Penha e do Alemão, na capital fluminense.

O presidente também sugeriu que legistas da PF participem das apurações para esclarecer as circunstâncias das mortes, destacando que muitas vítimas foram enterradas sem uma perícia adequada de outro órgão.

Até então, o governo de Lula tinha adotado uma postura mais moderada sobre a operação policial, especialmente após pesquisas de opinião mostrarem que uma maioria significativa da população, principalmente no Rio de Janeiro, apoiava a ação das forças de segurança contra o Comando Vermelho.

Presos durante operação que resultou em massacre no Rio de Janeiro. Foto: Aline Massuca/Reuters

No entanto, de acordo com o Metrópoles, aliados e ministros do presidente afirmam que a mudança de posição foi impulsionada pela chegada de novas informações de inteligência sobre o caso. Essas informações, ainda não divulgadas, podem mudar a percepção pública do ocorrido e trazer mais clareza sobre o que realmente aconteceu durante a operação.

A ação policial, que se intensificou no início de novembro, visava combater o tráfico de drogas e a violência nos complexos do Alemão e da Penha, mas gerou polêmica devido ao alto número de mortos e às acusações de excessos cometidos pelas forças de segurança.

Até esse momento, o governo havia optado por uma abordagem cautelosa. No entanto, a mudança de tom de Lula pode indicar que, ao ter acesso a informações mais detalhadas, ele revisou sua posição sobre a violência policial e a forma como a operação foi conduzida.

Sofia Carnavalli
Sofia Carnavalli é jornalista formada pela Cásper Líbero e colaboradora do DCM desde 2024.