Lula não cometeu crime eleitoral ao pedir votos para Boulos, diz advogado

Atualizado em 2 de maio de 2024 às 13:13
O deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) e o presidente Lula. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Para o advogado Michel Saliba, especialista em direito eleitoral, afirma que o presidente Lula não cometeu nenhuma infração ao pedir votos ao deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP), pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, durante ato do Dia do Trabalhador nesta quarta (1º). Rivais políticos do petista têm ameaçado acionar a Justiça contra ele após o episódio.

Em entrevista à Carta Capital, Saliba argumenta que o discurso do presidente não esbarrou em nenhuma regra que regulamenta o período de pré-campanha.

“Primeiro, que Guilherme Boulos não é candidato. Segundo, que nós estamos no dia 1º de maio, em comemoração ao Dia do Trabalhador e ele [Lula] relata uma situação do espectro sociopolítico do país em um discurso. Não há nessa manifestação dele nenhuma ofensa ao artigo 73 da Lei 9 504/97 [lei que estabelece regras para candidatos nas eleições]”, afirma.

O advogado lembra que ainda faltam 90 dias até o registro das candidaturas, que ocorre no dia 15 de agosto, e avalia que não há regras explícitas sobre o período pré-campanha. “Não vejo a infração à legislação eleitoral e acho que o presidente Lula agiu corretamente”, prossegue.

O especialista ainda defende que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e os tribunais superiores adotem um entendimento de que o Dia do Trabalhador é um “festejo e a reafirmação da democracia”. “Não podemos ceifar a democracia com uma interpretação restritiva do que seria ou não possível numa pré-campanha”, completou.

Adversários de Boulos na disputa pela Prefeitura de São Paulo, como Kim Kataguiri (União) e o atual prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), ameaçaram acionar a Justiça Eleitoral contra o presidente.

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Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.