
O presidente Lula não utiliza telefone celular, o que levou à escolha de uma alternativa para que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, possa contatá-lo rapidamente em caso de urgência. De acordo com informações reveladas pela colunista Mônica Bergamo, da ‘Folha de S. Paulo’, o número de contato fornecido a ele é o do embaixador Fernando Igreja, chefe do cerimonial do Palácio do Planalto.
Igreja, que está sempre próximo de Lula, poderá passar o telefone para o presidente sempre que necessário. Essa medida foi destacada após a recente conversa entre ele e Trump, realizada nesta segunda-feira (6) por meio de uma audioconferência.
O vice-presidente Geraldo Alckmin, que participou do encontro, comentou sobre a interação, mencionando que ambos os presidentes haviam trocado “seus telefones pessoais”. No entanto, ele não mencionou que Lula, de fato, não utiliza celular.
A troca de números, conforme explicação de Alckmin, visava facilitar a comunicação entre os líderes, especialmente em situações urgentes. A reunião de 30 minutos entre os dois presidentes foi descrita por ele como positiva, com boa “química” entre eles e expectativas de avanços nas relações bilaterais.
Durante a conversa, Lula abordou questões delicadas, como as sanções impostas a autoridades brasileiras e a dificuldade enfrentada por algumas delas em obter vistos para os Estados Unidos. Segundo Alckmin, Lula afirmou que tais medidas eram injustas e precisavam ser revistas, marcando uma postura crítica do Brasil diante dessas políticas.
Brasília e Washington ficaram mais próximas hoje. O presidente @LulaOficial e o presidente @realDonaldTrump tiveram uma boa conversa sobre comércio e economia. Somos grandes parceiros e encontraremos muitos espaços de cooperação, reduzindo tarifas, ampliando investimentos e… pic.twitter.com/aP0gdOB3iv
— Geraldo Alckmin 🇧🇷 (@geraldoalckmin) October 6, 2025
Lula também falou sobre as perspectivas de negociações futuras, com foco em investimentos recíprocos e na solução de questões tarifárias. “Foi uma conversa boa, descontraída e proveitosa”, afirmou Alckmin, destacando a duração do encontro e o tom otimista de ambos os presidentes quanto ao futuro das negociações.
O vice-presidente ainda enfatizou a importância de uma abordagem “ganha-ganha”, onde ambos os países se beneficiariam. A interação entre os líderes foi vista como um passo importante para o estreitamento das relações entre Brasil e Estados Unidos, especialmente após o período de tensões diplomáticas durante o governo de Jair Bolsonaro.
A expectativa é de que, com o novo governo de Lula, haja uma maior aproximação e cooperação entre as duas potências, refletida em acordos comerciais e no fortalecimento de laços econômicos. Porém, ainda existem desafios a serem superados, como as questões relacionadas às sanções e à política de vistos.
A forma como essas questões serão tratadas nas futuras negociações ainda é um ponto de incerteza, mas o governo brasileiro parece disposto a buscar soluções que tragam benefícios para ambas as partes.