Lula nomeia Boulos ministro da Secretaria-Geral da Presidência

Atualizado em 20 de outubro de 2025 às 20:03
Guilherme Boulos, discursa na noite deste domingo (27) após o resultado do 2° turno das eleições municipais. — Foto: YURI MURAKAMI/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta segunda-feira (20) o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) como novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência. A pasta é responsável pela relação do governo com os movimentos sociais e integra o grupo de ministérios que funcionam no Palácio do Planalto.

Boulos substitui Márcio Macêdo (PT-SE), que ocupava o cargo desde janeiro de 2023. A troca integra a reforma ministerial em etapas que o presidente vem conduzindo desde o início do ano, quando também alterou o comando da Secretaria de Comunicação, entregando a Sidônio Palmeira.

Aos 42 anos, Boulos é um dos principais nomes da esquerda brasileira e figura central do PSOL. Paulistano, formado em Filosofia e mestre em Psiquiatria, o novo ministro é professor e psicanalista. Ele iniciou sua trajetória política no Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), do qual se tornou uma das maiores lideranças nacionais.

Grupo de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) levanta os punhos e bandeiras durante assembleia em acampamento. Foto: Reprodução

O deputado foi candidato à Presidência em 2018 e disputou a Prefeitura de São Paulo em 2020 e 2024, ficando em segundo lugar nas três eleições. Em 2022, foi eleito deputado federal mais votado do estado, com 1 milhão de votos.

A Secretaria-Geral ocupa posição estratégica no Planalto e atua como ponte direta entre o presidente e movimentos sociais. A nomeação amplia o espaço do PSOL no governo e retira a pasta da cota do PT. Boulos deverá decidir em 2026 se deixa o cargo para disputar novo mandato, conforme as regras eleitorais.

Márcio Macêdo deixa o posto após quase três anos. Durante sua gestão, coordenou o G20 Social no Rio de Janeiro e foi responsável pela articulação com entidades populares, mas enfrentou críticas internas em 2024, quando Lula reclamou do baixo público em evento de 1º de Maio em São Paulo.